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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 991-2

991-2

PERFIL DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS EM ISOLADOS DE Streptococcus BETA-HEMOLÍTICOS DE EQUINOS EM SANTA CATARINA

Autores:
Roberta Farias Veiga (UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina) ; Luis Henrique Pompelli (UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina) ; Ricardo Antônio Pilegi Sfaciotte (UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina) ; Lidiane Raquel Eloy (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Sandra Maria Ferraz (UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina)

Resumo:
Os cavalos são um dos potenciais reservatórios de bactérias resistentes aos antimicrobianos podendo transmitir para os seres humanos por meio do contato direto ou indireto. Os dados sobre a resistência antimicrobiana de patógenos bacterianos provenientes de equinos são escassos, pois na maioria das vezes não é solicitado cultura e antibiograma e a terapia é feita de forma empírica. O objetivo deste trabalho foi verificar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos em Streptococcus beta-hemolíticos isolados de equinos em Santa Catarina. Foram avaliadas 30 amostras de Streptococcus beta-hemolíticos isolados da cavidade nasal de equinos, sendo 4 identificados como Streptococcus equi subsp equi, 1 Streptococcus equi subsp zooepidemicus e 25 Streptococcus dysgalactiae subsp equisimilis. O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi realizado pela técnica de disco-difusão, sendo testados 13 antimicrobianos: penicilina, ceftiofur, gentamicina, estreptomicina, eritromicina, clindamicina, rifampicia, cloranfenicol, enrofloxacino, levofloxacino, tetraciclina, sulfametoxazol+trimetorim e vacomicina. As zonas de inibição de crescimento foram interpretadas de acordo com o CSLI 2023. O microrganismo foi considerado multirresistente quando apresentada resistência a pelo menos um antimicrobiano de três ou mais classes diferentes. Os antimicrobianos que apresentaram maior resistência foram a clindamicina e a rifampicina com 76,66% (23/30) e 63,33% (19/30) respectivamente. Dentro do grupo dos beta-lactâmicos a resistência foi de 40% (12/30) para penicilina G e 23,33% (7/30) para o ceftiofur, sendo que 10% (3/30) foram resistentes a ambos. A penicilina é o antimicrobiano de escolha para o tratamento de infecções causadas por Streptococcus e relatos de resistência desses patógenos aos beta-lactâmicos são preocupantes, demonstrando o uso indiscriminado desses antimicrobianos em equinos. A sulfametoxazol+trimetoprim, frequentemente utilizada como alternativa no tratamento das infecções estreptocócicas, apresentou uma resistência de 26,66% (8/30), mostrando há circulação de cepas resistentes. Dos 30 isolados, 56,66% (17/30) foram considerados multirresistente. Gentamicina e levofloxacina demonstraram ser sensíveis para 100% dos Streptococcus, seguidos por vancomicina e estreptomicina com 96,67% (29/30), cloranfenicol com 90% (27/30), eritromicina com 80% (24/30), tetraciclina 66,66% (20/30) e enrofloxacina 56,66% (17/30). Quanto ao Streptococcus equi subsp equi demonstrou 75% (3/4) de resistência a rifampicina e 25% (1/4) de resistência a penicilina, ceftiofur, clindamicina, tetraciclina, sulfametoxazol+trimetoprim e vancomicina, demonstrando-se multirresistentes em 50% (2/4) dos isolados. Streptococcus dysgalactiae subsp equisimilis apresentou resistência de 88% (22/25) para a clindamicina, 64% (16/25) a rifampicina, 44% (11/25) para penicilina e 24% (6/25) para ceftiofur, demonstrando multirresistência em 60% (15/25) dos isolados. O Streptococcus equi subsp zooepidemicus foi resistente a estreptomicina e enrofloxacina, não apresentando padrão de multirresistência. Alguns estudos apontam os Streptococcus beta-hemolíticos como microrganismos pouco resistentes comparados a outros, porém nesse estudo, foi possível perceber uma variação no perfil de sensibilidade desse microrganismo, sendo que mais da metade dos isolados foram considerados multirresistentes, mostrando a importância de estudos futuros para detecção de Streptococcus multirresistentes.

Palavras-chave:
 Multirresistência, Streptococcus, beta-lactâmicos, cavalo


Agência de fomento:
CAPES e FAPESC