Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 978-1 | ||||
Resumo:A brucelose é uma das principais infecções de caráter zoonótico em animais de produção. Causada por espécies patogênicas de bactérias Gram-negativas do gênero Brucella, é transmitida aos seres humanos por meio do consumo de produtos lácteos contaminados e por contato direto. Em rebanhos bovinos, a infecção frequentemente leva ao aborto, prejudicando a cadeia produtiva e sendo endêmica em vários países do mundo, incluindo o Brasil. Nesse sentido, objetivou-se investigar e analisar a distribuição dos focos de brucelose bovina no estado de Santa Catarina entre os anos de 2013 e 2022. Os dados utilizados sobre os focos positivos da infecção foram obtidos pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC). Foi calculado a frequência relativa (FR) e realizada a descrição dos focos por município de Santa Catarina. As informações foram organizadas e analisadas em planilha Excel. Foram identificados 2.328 focos positivos da doença distribuídos em 171 municípios de Santa Catarina, sendo que a Região Oeste do estado concentrou a maioria, totalizando 1876 focos. O munícipio de Coronel Freitas apresentou sete vezes a maior FR para brucelose, exceto nos anos de 2017 e 2020, nos quais os munícipios de Maravilha e Guaraciaba obtiveram as maiores FR, respectivamente. Destaca-se que, em 2016, foi registrado o maior percentual de focos contabilizados (15,39%) em Coronel Freitas. No ano de 2021, dos 515 focos de brucelose, o munícipio de Coronel Freitas apresentou 57 focos, compreendendo 11,07% do total, seguido dos munícipios Marema que contabilizou 6,4% dos focos e Palmitos com 5,05% dos focos. Em contrapartida, neste mesmo ano, 192 municípios não apresentaram focos da doença. Em relação a FR, Saudades foi o segundo munícipio com a maior FR (9,33%) em 2015. O ano de 2017 consolidou o munícipio de Maravilha como o terceiro munícipio com maior FR (8,06%), posteriormente, em 2020, Guaraciaba registrou FR de 7,49% dos focos. Recentemente, em 2022, foram identificados 252 focos para brucelose, sendo que Coronel Freitas (FR=9,52%), Palmitos (FR=6,75%) e São João do Oeste (FR=3,97%) concentraram 51 focos. Portanto, o levantamento de dados ao longo desses 9 anos destacou que o maior número de focos de Brucella spp. em Santa Catarina concentrou-se no Oeste Catarinense, próximo à fronteira com a Argentina. Isso evidencia a necessidade de fiscalização sanitária nas divisas entre países e mesorregiões de Chapecó, Xanxerê e São Miguel do Oeste. Além disso, torna-se fundamental a implementação de novos protocolos de controle, com o intuito de diminuir o risco de transmissão de brucelose em rebanhos bovinos na Região Oeste e consequentemente reduzir os focos em todo o estado. Palavras-chave: Defesa sanitária animal, Endemia, Focos, Fronteira Agência de fomento:CAV UDESC |