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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 934-1

934-1

INFLUÊNCIA DOS DADOS DO CENSO 2022 NO COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE NO BRASIL

Autores:
Daniela Ferrari Micheletti (PCS/ UEM - Pós-graduação em Ciências da Saúde.) ; Thais Fernandes Kuriki (UNICESUMAR - UNICESUMAR) ; Renata Caroline de Oliveira (UNICESUMAR - UNICESUMAR) ; Rafaella S Cavallaro (PCS/ UEM - Pós-graduação em Ciências da Saúde.) ; Panmela Costa Calixto (UNICESUMAR - UNICESUMAR) ; Vitoria G.f. Spanhol (PCS/ UEM - Pós-graduação em Ciências da Saúde.) ; Katiany Rizzieri Caleffi Ferracioli (UEM-DAB - Universidade Estadual de Maringa) ; Rosilene Fressatti Cardoso (PCS/ UEM - Pós-graduação em Ciências da Saúde., UEM-DAB - Universidade Estadual de Maringa) ; Regiane Bertin de Lima Scodro (PCS/ UEM - Pós-graduação em Ciências da Saúde.)

Resumo:
O censo demográfico tem por finalidade primeira a contagem dos habitantes do território nacional. O primeiro aconteceu em 1872, ainda na época do império e vem se sucedendo ao longo dos anos. O último aconteceu em 2022 sendo os dados divulgados em 2023. Este levantamento influencia na tomada de decisões de políticas públicas e nos dados epidemiológicos como o coeficiente de incidência (CI). O CI indica o número de novos casos de uma determinada doença que acontece em um determinado período sob uma população específica. Acompanhar o CI da tuberculose, doença infectocontagiosa que afetou mais de 100 mil pessoas no Brasil em 2022, assume fundamental importância para observar a expansão, medidas de controle e nortear políticas públicas. Portanto, o objetivo da presente pesquisa foi avaliar a influência dos dados dos dois últimos censos demográficos (2007 e 2022) no CI da tuberculose nos estados do Brasil. Foi realizado um estudo observacional, transversal no período de 2021 e 2022, por meio de dados secundários coletados no DATASUS/TABNET Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net para casos novos de tuberculose nos estados do Brasil. Os dados populacionais foram coletados do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo todos os dados compilados e o cálculo do CI utilizando software Microsoft Excel®. Considerando o número de casos novos de tuberculose e os dados da população do censo 2007 e 2022, o CI estimado do Brasil foi de 55,33 e 50,14, respectivamente. Isso infere que só uma mudança na contagem populacional demonstrou queda de 5,19 no CI da tuberculose. Os índices (CI) de todas as regiões do Brasil apresentaram queda com o novo censo (2007/2022), tendo a região norte (CI: 89,13/75,13), nordeste (CI: 52,02/49,06), sudeste (CI 57,79/53,04), sul (CI: 45,03/40,22) e centro-oeste (CI: 37,19/30,19). O estado com maior queda na comparação da CI entre os censos 2007 e 2022 foi Roraima (-47,01). Desta forma, pode-se observar que o aumento populacional no censo de 2022 influenciou na queda do índice neste estado, pois quando comparados o número absoluto de novos casos de tuberculose em 2021 e 2022, houve aumento de 387 para 492 casos. Este estudo corrobora com o que descreve a Organização Panamericana de Saúde, que, quanto maior o período intercensitário, maior a inexatidão dos dados derivados da população. Portanto, tempos muito distantes entre um censo e outro geram diferenças populacionais muito importantes afetando diretamente o cálculo dos índices epidemiológicos como o CI. Levando-se em conta o novo censo, pode haver a falsa impressão de que a situação da tuberculose melhorou em todo Brasil. Isso ressalta a importância da estimativa frequente e correta da população para o controle e levantamento de indicadores mais fidedignos dos dados de uma enfermidade.

Palavras-chave:
 Tuberculose, censo, coeficiente de incidência, Brasil


Agência de fomento:
Agradecimentos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) (código de financiamento 001) pelo apoio financeiro no desenvolvimento deste trabalho.