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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 927-2

927-2

TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO NO COMBATE À TUBERCULOSE NAS MACRORREGIÕES BRASILEIRAS, 2013 – 2022

Autores:
Ingrid B. Campanha (UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Daniela D. Ferrari (UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Regiane B. L. Scodro (UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Vera Lúcia D. Siqueira (UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Rosilene F. Cardoso (UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Katiany R. Caleffi-ferracioli (UEM - Universidade Estadual de Maringá )

Resumo:
A tuberculose (TB) é uma doença antiga, porém que ainda suscita preocupações devido a facilidade de transmissão pessoa-pessoa por meio de gotículas de saliva de um indivíduo doente para outro não infectado. Essa enfermidade é causada pelos bacilos do complexo Mycobacterium tuberculosis, onde cerca de um terço da população mundial se encontra infectada. Os principais agravantes no combate a esta doença são atribuídos ao diagnóstico tardio e dificuldades no tratamento, seja pelo surgimento de bacilos multirresistentes aos fármacos disponíveis, ou pelo longo período de tratamento, o que dificulta a adesão ao mesmo pelos pacientes. Visando garantir tratamentos eficazes e alcançar a cura da doença foi desenvolvido o tratamento diretamente observado (TDO) que consiste na observação da ingestão do medicamento por um profissional da saúde. Foi observado que este ato aumenta significativamente as chances de cura e reduz a possibilidade de desenvolvimento de formas resistentes da TB. Neste sentido, foi realizado um estudo observacional, transversal no período de 2013 e 2022, por meio de dados secundários coletados no DATASUS/TABNET Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net para casos TDO nos estados do Brasil. Os dados foram compilados e analisados com o auxílio do software Microsoft Excel®. No ano inicial de análise, em 2013, todas as macrorregiões registraram mais de 40% dos casos de TB sendo tratados com TDO. Notavelmente, a região centro-oeste se destacou com mais de 60% e o sul do Brasil com TDO em quase 50% dos casos de TB. Entre 2013 e 2022, foram observadas quedas importantes na utilização do TDO, seguidas de uma recuperação “tímida” nos números. Em 2022, foi observado que o centro-oeste liderou a utilização do TDO, seguido pela região sul, sudeste, nordeste e com uma menor taxa ficou a região norte. Embora seja notório que o TDO contribui para uma abordagem mais eficaz no combate à TB, lamentavelmente, a quantidade de casos desacompanhados por esse método aumentou em todo o território brasileiro nos últimos anos, o que pode ter sido influenciado pela pandemia da COVID-19. Fato este que redirecionou todos os atendimentos primários assistenciais à saúde e dificultou o acesso aos mesmos. Embora seja imprescindível ponderar tal cenário, a retomada das atividades no combate à TB se faz necessária, neste sentido, valorizar as macrorregiões que estão utilizando o TDO e apoiar por meio de políticas públicas o aumento desta estratégia são fundamentais para diminuir a transmissão e assim controlar a doença no país.

Palavras-chave:
 Tuberculose, Mycobacterium tuberculosis, Tratamento diretamente observado, TDO


Agência de fomento:
Agradecimentos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES).