Imprimir Resumo


Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 905-1

905-1

Isolamento e caracterização de amostras de Streptococcus Agalactiae colonizando gestantes no Rio de Janeiro

Autores:
Natália Costa (IMPG - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; Isabella Pinto (IMPG - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; Tatiana Pinto (IMPG - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; André Rio-tinto (IMPG - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; Laura Maria de Oliveira (IMPG - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; Danielle Alvim (IMPG - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; Ana Elisa Almeida (IMPG - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; Penélope Marinho (ME - UFRJ - Maternidade Escola, Universidade Federal do Rio de Janeiro ) ; Lucia Teixeira (IMPG - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; Sergio Fracalanzza (IMPG - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; Steve Thomas (UKHSA - UK Health Security Agency) ; Stephen Taylor (UKHSA - UK Health Security Agency) ; Joffre Amim Jr. (ME - UFRJ - Maternidade Escola, Universidade Federal do Rio de Janeiro )

Resumo:
Streptococcus agalactiae (GBS) é um importante agente de infecções neonatais. Normalmente, transmitido da mãe colonizada ao recém-nascido. É recomendada como froma de prevenção, pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) a pesquisa de colonização por GBS em todas as gestantes entre a 35ª e 37ª semana de gestação, e aquelas que se apresentam positivas são submetidas à profilaxia antibiótica intraparto ou IAP (“Intrapartum Antibiotic Prophylaxis”). O principal fator de virulência de GBS é a cápsula polissacarídica, composta por dez sorotipos atualmente (Ia, Ib, II-IX). O trabalho tem como objetivo realizar o isolamento e a caracterização de GBS a partir de amostras clínicas anovaginais obtidas de gestantes entre a 35ª a 37ª semana atendidas na Maternidade Escola da UFRJ durante o acompanhamento de pré natal, no período de Junho/21 a Setembro/22. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética no CEP sob o número: 43389321.9.0000.5257 e as gestantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e um questionário com dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos. As 495 amostras anovaginais foram coletadas com o auxílio de swabs combinados e armazenadas em meio de transporte Amies, seguindo a recomendação do CDC. Todas as amostras foram submetidas à uma etapa de pré-enriquecimento em caldo seguida de semeadura em meio cromogênico (CHROMagar™ Strep B™) e incubadas a 37ºC por 24h. Todas as colônias sugestivas foram identificadas por testes convencionais (detecção do fator CAMP e hidrólise do hipurato) e por MALDI- TOF MS. Para a identificação do tipo capsular, foi realizado o teste de aglutinação em látex (Kit Immulex, SSI diagnóstica). Das 495 amostras clínicas analisadas, 10,1% (50) foram positivas para GBS. Através da caracterização preliminar de 40 destas cepas constatou-se que 27,5% (11) apresentou o sorotipo V, 20% (8) o sorotipo III, 17,5% (7) o sorotipo Ia, 10% (4) o sorotipo II, 10% (4) o sorotipo Ib, 2,5% (1) o sorotipo IV, 2,5% (1) o sorotipo VIII, 2,5% (1) o sorotipo IX, além de 7,5% (3) que se apresentaram como não-tipáveis. Um total de 56%, 16% e 12% foram resistentes à tetraciclina, eritromicina e clindamicina, respectivamente. A prevalência de GBS neste trabalho apresentou-se abaixo do esperado, que é de em média 15% no Brasil. Os resultados acerca da caracterização se encontram dentro do esperado, onde os sorotipos III, V, Ia, Ib, e II são os mais prevalentes, sendo importante destacar os sorotipos III e V que possuem grande relevância por estarem associados a doenças invasivas neonatais e resistência antimicrobiana. Os resultados obtidos a partir dos dados sociodemográficos revelam que 43% são pardas, 75% são da região sudeste e a idade média das gestantes é de 30 anos. Em relação aos dados clínicos, 9% alegaram ter tido IST e 8% possuem antecedente de óbito neonatal. Esses resultados nos alertam para a necessidade da vigilância constante de GBS no nosso cenário.

Palavras-chave:
 Infecções neonatais, Streptococcus agalactiae, Mortalidade neonatal


Agência de fomento:
PIBIC - CNPQ