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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 838-2

838-2

AVALIAÇÃO DA INTERAÇÃO ENTRE UMA CEPA DE Aspergillus sydowii ISOLADA DA REGIÃO AMAZÔNICA E AS LARVAS DO VETOR Aedes aegypti

Autores:
Kemily Moya (FIOCRUZ AMAZÔNIA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE - ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA) ; Mesaqueuri Nonato (FIOCRUZ AMAZÔNIA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE - ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA, UFAM - UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Gustavo Barros (FIOCRUZ AMAZÔNIA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE - ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA, COLÉGIO DOM PEDRO II - COLÉGIO AMAZONENSE DOM PEDRO II) ; Kelly Regina Silva (FIOCRUZ AMAZÔNIA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE - ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA) ; Cláudia Maria Velásquez (FIOCRUZ AMAZÔNIA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE - ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA) ; Priscila Aquino (FIOCRUZ AMAZÔNIA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE - ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA)

Resumo:
O Aedes aegypti é um dos mosquitos de maior importância para saúde pública. Arboviroses como dengue e Zika estão associadas a este inseto. Diante disso, busca-se minimizar essa problemática através do controle vetorial por inseticidas químicos. Entretanto, surgiram populações resistentes a esses produtos, impulsionando a busca por novas alternativas. Nesse contexto, bioinseticidas a base de fungos demonstra vantagens pois não agridem o meio ambiente e possuem diferentes mecanismos de atuação, minimizando os riscos do surgimento de populações resistentes. Em específico, as espécies Aspergillus apresentam alta capacidade de adaptação a diferentes ambientes e estudos têm relatado o potencial desse gênero em controlar as larvas de Ae. aegypti. Em adição, compreender a interação do fungo com as larvas é o primeiro passo para o desenvolvimento de produtos que almejem o biocontrole desse vetor. Baseado nisso, esse trabalho teve como objetivo avaliar a interação entre uma cepa de Aspergillus sydowii isolada da região Amazônica e as larvas de 3° ínstar de Aedes aegypti. Para isso, a cepa de Aspergillus sydowii (CFAM0008) foi reativada da Coleção de Fungos da Amazônia (CFAM) e as larvas de Aedes aegypti foram obtidas do insetário do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). Inicialmente, 20 larvas foram expostas a cinco diferentes concentrações de conídios de A. sydowii, durante 7 dias a 25°C. O Bioensaio foi conduzido em quintuplicata e os dados foram analisados no software Minitab® 19.1. Através desse resultado, uma concentração foi selecionada para a análise da interação. Com isso, as larvas mortas na concentração selecionada foram fixadas em solução Karnovsky, pós-fixada, desidratadas com etanol em diferentes concentrações, metalizadas com ouro e analisadas no microscópio eletrônico de varredura (MEV). Em paralelo, outras larvas mortas também foram transferidas para lâminas, coradas com solução de azul de lactofenol e visualizadas no microscópio ótico. Como resultado, observou-se que as larvas de 3° ínstar foram susceptíveis as concentrações de 1x106, 1x107 e 1x108 conídios/mL em diferentes níveis de letalidade. De forma detalhada, a sobrevivência média das larvas ocasionada pela concentração 1x107 e 1x108 conídios/mL não apresentaram diferença significativa entre si. Porém, a mortalidade média de 90% dos indivíduos ocorreu após 24 horas para a concentração 1x108 conídios/mL, enquanto para a concentração 1x107 conídios/mL foi após 48 horas de exposição. Na análise por MEV, notou-se grandes quantidades de conídios aderidos na cutícula da larva, em diferentes regiões. No entanto, a região posterior ao tórax concentrava a maior parte de conídios e também de hifas aderidas à cutícula. Além disso, as eletronmicrografias mostraram indícios de penetração das hifas na cutícula da larva de Ae. aegypti, com os tubos germinativos parcialmente embutidos. Vale frisar que esse achado fortalece a hipótese de que os conídios, também, se aderem a cutícula das larvas de vida aquática. Em adição, nas imagens da microscopia ótica observou-se a presença de conídos aderidos a cerdas, presentes na região posterior ao tórax e no interior da larva. Portanto, esse estudo apresenta informações importantes a respeito do mecanismo de ação do Aspergillus sydowii, quando utilizado no controle biológico de larvas de Aedes aegypti e pode auxiliar em futuros estudos que almejem desenvolver novas ferramentas de combate desse vetor.

Palavras-chave:
 Atividade larvicida, Controle biológico, Fungos entomopatogênicos, Microscopia eletrônica de varredura


Agência de fomento:
CAPES – Financiamento 001, Programa POSGRAD/FAPEAM, Programa C,T&I –Áreas Prioritárias/FAPEAM, PROEP/ILMD-FIOCRUZ AMAZÔNIA – LDMAIS e CNPq