Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 813-2 | ||||
Resumo:A resistência bacteriana frente aos antimicrobianos é considerada um problema de saúde única, sendo seu controle um dos maiores desafios aos sistemas do mundo todo. Os antimicrobianos são uma das classes de medicamentos mais prescritas e utilizadas, tanto em animais como em humanos. Entretanto, a utilização indiscriminada tem levado a seleção de cepas bacterianas multirresistentes, tornando os tratamentos ineficazes e as infecções persistentes e em muitos casos, incuráveis. Diante disso, objetivou-se a caracterização fenotípica da resistência de isolados de Escherichia coli e Klebsiella spp., de diferentes origens, provenientes da região Oeste Catarinense, considerada um hotspot para a seleção de bactérias resistentes. A avaliação da suscetibilidade aos antimicrobianos foi realizada pela técnica de disco difusão, em ágar Muller-Hinton onde foram avaliados 12 antimicrobianos: (Ampicilina – AMP; 10 mcg), (Amoxicilina/Ác. Clavulânico – AMC; 20/10 mcg,) (Amoxicilina – AMO; 10 mcg), (Cefalexina – CEF; 30 mcg), (Ceftiofur – CTF; 30 mcg), (Ciprofloxacina – CIP; 5 mcg), (Espectinomicina – EPT; 100 mcg), (Enrofloxacina – ENO; 5 mcg), (Lincomicina – LIN; 2 mcg), (Marbofloxacina – MRB; 5 mcg), (Tetraciclina – TET; 30 mcg), (Sulfazotrim – SUT; 25 mcg), sendo a interpretação dos resultados realizada pela mensuração dos halos de inibição. Para a determinação da suscetibilidade frente à colistina, foi utilizado o método de microdiluição em caldo, para determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM). Para a quantificação de biofilme foi utilizado o teste de aderência em microplacas. Em relação ao teste de suscetibilidade todos os 24 isolados de E. coli de origem animal apresentaram resistência frente à LIN, seguidos de AMP, 22 isolados (91,6%) e AMO, 20 isolados (83,3%). De forma semelhante, observou-se elevada resistência nos 12 isolados de Klebsiella spp. de origem humana, sendo que todos apresentaram-se resistentes frente à AMC, AMO, AMP, CFE, CIP, ENO, e LIN, seguidos de CTF, MRB e SUT com 11 isolados (91,6%), e EPT com 10 isolados (83,3%). Todos os isolados de Klebsiella spp. de origem humana apresentaram resistência para quatro classes distintas, sendo Beta-Lactâmicos, Quinolonas, Fluoroquinolonas e Lincosamidas. De forma semelhante, 18 isolados de E.coli de origem animal, apresentaram resistência a Beta-Lactâmicos, Lincosamidas e Tetraciclinas, caracterizando-os como multirresistentes. Em relação à produção de biofilme, 16 isolados de E.coli, de origem animal, demonstraram fraca produção, seguido por 11 isolados de origem ambiental. Entretanto, 4 isolados de Klebsiella spp. de origem humana, apresentaram índice moderado de formação de biofilme, além dos altos índices de resistência. A identificação do perfil fenotípico de resistência de isolados provenientes de diferentes fontes, pode fornecer informações sobre o potencial de infectividade entre espécies, evidenciando a importância de ações coordenadas, estratégicas e multissetoriais de Saúde Única, visando mitigar as consequências da resistência na saúde pública, animal e meio ambiente. Palavras-chave: Escherichia coli, Hotspot, Klebsiella spp., Produção animal Agência de fomento:Agradecimento à Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), pela concessão de bolsa. |