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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 793-1

793-1

Ocorrência de Escherichia albertii em aves e pássaros no Rio de Janeiro

Autores:
Stefani Araújo da Silva (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - , UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Nathalia Raphaela Pereira do Nascimento (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - ) ; Flávia Lúcia Piffano Costa Pellegrino (UERJ-ZO - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Raquel Regina Bonelli (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Dennys Monteiro Girão (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo:
A bactéria Escherichia albertii tem sido apontada como um patógeno emergente de risco zoonótico. Neste contexto, embora esteja associada a gastroenterites com diarreia aquosa, já houve relatos de seu envolvimento com bacteremia e infecção do trato urinário (ITU) em pacientes humanos. E. albertii tem sido isolada de diferentes fontes, incluindo animais, humanas, ambientais e alimentos de origem animal. Aves silvestres, urbanas e de criação são apontadas como um importante reservatório para E. albertii, tendo sido isoladas em diferentes regiões no mundo (China, Japão, Coreia, EUA, Finlândia, Patagônia e Alasca). Visando avaliar a ocorrência de E. albertii em aves e pássaros em nosso meio, iniciamos um estudo prospectivo, utilizando fezes coletadas desses animais, usando como estratégia a pesquisa, por PCR, de marcadores associados a este enteropatógeno. Foram coletados 462 espécimes fecais de aves e pássaros na região metropolitana do Rio de Janeiro, no período de novembro 2022 a março 2023. Oito famílias de aves estão representadas no estudo: Thraupidae (n=27) [Tizil (19), Trinca-ferro (4), Sanhaço (4)]; Emberizidae (n=8) [Coleiro (6), Tico-Tico (2)]; Fringillidae (n=64) [Canário (64)]; Estrildidae (n=45) [Mandarim (8), Diamante-Gold (6). Calafat (31)]; Cacatuidae (n=62) [Calopsita (62)]; Psittacidae (n=136) [Papagaio (1), Agaporne (67), Periquito (56), Red-Rumped (12)]; Columbidae (n=113) [Pombo-comum (82), Rolinha-roxa (31)]; Turdidae (n=4) [Sabiá (4)]. De três amostras não foi possível a identificação da ave associada. As aves e pássaros foram provenientes de criadores comerciais ou particulares, exceto pombos e rolinhas que correspondiam a aves livres urbanas. Os espécimes fecais espontaneamente emitidos foram coletados com auxílio de swab e conduzidos ao laboratório em meio de transporte Stuart. As fezes coletadas foram semeadas em Trypticase Soy Broth (TSB) e seu crescimento utilizado para obtenção de DNA template para posterior realização de PCR. Adicionalmente, uma porção de cada cultivo foi congelada (TSB com glicerol 20%) para estudos subsequentes. Os marcadores moleculares mdh (malato desidrogenase), lysP (lisina permease) e eae (adesina intimina) foram utilizados nas PCR, a fim de triar espécimes sugestivos de presença de E. albertii. Dos 462 espécimes pesquisados, 21 (4,6%) foram positivos para os três iniciadores de E. albertii, sendo originários das seguintes aves: Psittacidae (n=7) [Red-Rumped (7)]; Columbidae (n=7) [Pombo-comum (6), Rolinha-roxa (1)]; Estrildidae (n=3) [Calafat (3)]; Cacatuidae (n=1) [Calopsita (1)]; Fringillidae (n=1) [Canário (1)]; e em dois espécimes sem a identificação da ave. Tais resultados sugerem que E. albertii encontra-se presente em fezes de aves e pássaros no Rio de Janeiro e pode representar um risco zoonótico negligenciado, uma vez que estes são animais de convívio próximo e intenso com humanos. Os espécimes fecais que indicaram a presença de E. albertii por PCR serão submetidos a recultivo para isolamento do microrganismo, e análise de marcadores de virulência, ensaios de interação (adesão e invasão) com células eucarióticas e determinação do perfil de resistência a antimicrobianos. Agências de Fomento: FAPERJ

Palavras-chave:
 Escherichia albertii, fezes, aves, pássaros


Agência de fomento:
FAPERJ