Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 791-1 | ||||
Resumo:Os fungos dematiáceos são onipresentes no ambiente devido à alta plasticidade adaptativa que possuem, este fato corrobora com o potencial nocivo que eles podem apresentar aos seres humanos por conta da presença de melanina que, dentre outros, é considerada um fator de virulência. A indústria farmacêutica encontra-se em constante busca por novos princípios ativos, principalmente formulações para o controle de doenças causadas por fungos, em função da resistência que esse grupo desenvolve comumente. Uma das alternativas são os compostos químicos obtidos a partir de óleos essenciais (OEs), presentes no metabolismo secundário das plantas que apresentam alto potencial de controle, tendo como principal constituinte a classe dos terpenóides (citral, geraniol, linalol, limoneno, timol, mentol). O mercado mundial de OE movimentou cerca de US$ 10 bilhões de dólares em 2021, e o Brasil se destaca por ser um dos cinco maiores produtores e exportadores desta commoditie que possui alto valor econômico agregado. Os OEs possuem potencial terapêutico por terem atividades biológicas com ações analgésicas, anti-inflamatórias, antiarrítmicas, antioxidantes, antibactericida, além da ação antifúngica que ocasiona no fungo o rompimento da membrana, causando a morte celular. A procura por OEs visa os benefícios a saúde, ao bem-estar, a qualidade de vida, além de contribuir para uma agricultura sustentável. Por esse motivo, é necessário que exista uma preocupação quanto à origem e qualidade dos OEs. Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a composição química do OE de Melaleuca alternifolia obtido comercialmente, sem especificação de marca. OE de M. alternifolia apresenta atividade anti-inflamatória, antiviral, antiprotozoária, antibacteriana e principalmente antifúngica, relacionada a ação do composto majoritário terpinen-4-ol. Para a análise da qualidade do OE, foi realizado um ensaio de determinação da concentração inibitória mínima (CIM) com diluição do óleo em ágar nas concentrações de 0,25; 0,5; 0,75; 1,0 e 1,25 mg/mL, solubilizados em 2,5 DMSO + 0,5 Tween 80, misturados no meio MA2 e distribuídos em placas de Petri. Nestas, foram inoculados discos de 0,5 cm com crescimento micelial de 15 isolados de fungos dematiáceos, sendo incubadas a 28°C por 10 dias. Também foi realizada a análise química através da Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrômetro de Massas (CG-EM). Os resultados comprovaram que não houve inibição do crescimento para nenhum dos isolados fúngicos na CIM, em nenhuma das concentrações testadas. A análise química do óleo apresentou como composto majoritário o alfa-santaleno, seguido dos compostos alfa-terpineol, terpinen-4-ol. A baixa concentração de terpinen-4-ol presente no produto é inferior aos demais produtos já analisados quimicamente e que apresentam atividade antifúngica. As características químicas e físicas dos OEs podem sofrer alterações causada por armazenamento inadequado, por modificações naturais devido à degradação dos compostos e pela falta de controle de qualidade na aquisição da matéria prima. É extremamente recomendável a utilização de marcas confiáveis, e a observação das formas de armazenamento dos OEs antes de seu consumo. Palavras-chave: fungos melanizados, concentração inibitória mínima, terpinen-4-ol, composição química Agência de fomento:ESCOLA DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA DA UNICAMP (EDUCORP) |