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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 789-1

789-1

AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE MICRORGANISMOS ISOLADOS EM HEMOCULTURAS DE PACIENTES INTERNADOS NOS SETORES COVID E NÃO-COVID EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE ENSINO

Autores:
Rafael Renato Brondani Moreira (HUM - Hospital Universitário de Maringá , UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Heloisa Moreira Dias Pereira (UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Daniela Dambroso Altafini (HUM - Hospital Universitário de Maringá ) ; Josy Anne Silva (UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Matheus Marchiotti (HUM - Hospital Universitário de Maringá , UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Cecília Saori Mitsugui (HUM - Hospital Universitário de Maringá ) ; Fabrícia Gimenes (UEM - Universidade Estadual de Maringá ) ; Maria Cristina Bronharo Tognim (UEM - Universidade Estadual de Maringá )

Resumo:
Pacientes atendidos em unidades hospitalares, como aqueles portadores da COVID-19, podem apresentar coinfecções bacterianas e fúngicas em suas amostras de hemocultura, agravando o prognóstico. As infecções de corrente sanguínea (ICS) possuem alto índice de letalidade e conhecer a incidência dos isolados é de extrema importância. Deste modo, tem-se por objetivo comparar a incidência das bactérias e fungos isolados em hemoculturas de pacientes internados nos setores COVID e Não-COVID em um hospital terciário de ensino durante o período pandêmico. Trata-se de um estudo retrospectivo com dados extraídos do software EpiCenter™. As hemoculturas foram realizadas pelo sistema Bactec-BD™ e apenas incluídas neste estudo as amostras positivas para os dois frascos de hemocultura coletados. A identificação dos microrganismos foi realizada no equipamento Phoenix-BD™. No período, 661 pacientes apresentaram ICS; sendo detectados 844 isolados bacterianos: 183 nos setores COVID e 661 nos setores Não-COVID da instituição. Neste total, 468 (56%) eram Cocos Gram-positivos (CGP), 302 (36%) Bacilos Gram-Negativos (BGN), 50 fungos (6%) e 15 (2%) Bacilos Gram-Positivos (BGP). Dentre todas as bactérias identificadas, os CGP superaram os BGN, sendo totalizados nos setores COVID (98/183) e Não-COVID (376/661). Entre os 183 microrganismos isolados de paciente das unidades COVID um total de 29 eram Staphylococcus epidermidis, 28 Klebsiella pneumoniae, 22 Staphylococcus haemolyticus, 16 Acinetobacter spp., 12 Pseudomonas aeruginosa, 11 Staphylococcus aureus e 11 Staphylococcus capitis . Da mesma forma nas unidades Não-COVID, S. epidermidis foi o mais prevalente com 138 isolados, seguido por K. pneumoniae 84 isolados, S. haemolyticus 57 e S. aureus 54 isolados. De modo diferente, nas unidades Não-COVID foram isolados 6,2% (41/661) de Escherichia coli e entre os BGN não fermentadores tivemos 32 isolados de P. aeruginosa e 26 isolados (3,9%) de Acinetobacter spp., percentual inferior ao encontrado nas Unidades COVID, que foi de 8,7%. Nota-se que há bastante semelhança no perfil epidemiológico das bactérias em hemoculturas para a classificação proposta, corroborando com os principais trabalhos que tratam do assunto. Quanto aos setores hospitalares onde estavam estes pacientes com hemoculturas positivas, verificou-se que o Pronto Atendimento foi o setor com maior número de isolados (n=208), seguido pela UTI Adulto (n=121) e UTI COVID (n=149). Também vale destacar a importância dos isolados fúngicos, principalmente distribuídos pelas UTIs e representados prioritariamente pelas leveduras do gênero Candida (43/50), com destaque para Candida albicans (16/50), Candida tropicalis (11/50) e Candida glabrata (9/50). A alta presença de fungos em hemoculturas deve ser valorizada, principalmente nas terapias empíricas, pois de modo geral faz-se a opção por um antibacteriano de amplo espectro e este poderá favorecer ainda mais as ICS por fungos. Por fim, acreditamos que o conhecimento da epidemiologia dos microrganismos causadores de ICS bem como dos principais setores onde eles se encontram na instituição, permitirá que estratégias sejam implementadas para a utilização adequada e direcionada da terapia empírica com vistas ao controle da disseminação de patógenos hospitalares multirresistentes.

Palavras-chave:
 hemocultura, COVID-19, bactérias, fungos, coinfecções


Agência de fomento:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)