Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 749-1 | ||||
Resumo:<1>Escherichia coli é membro da microbiota intestinal humana e animal. A maioria das cepas é comensal, entretanto outras, como E. coli diarreiogênicas – DEC, que expressam mecanismos de virulência específicos, têm sido implicadas em doenças que afetam seres humanos e animais em nível mundial. Aliado a isto, podem representar importante problema de saúde pública, especialmente pelo aumento exponencial de sua resistência aos antimicrobianos, utilizados para prevenção e tratamento de doenças infecciosas, bem como para melhorar o desempenho de animais produtores de alimentos. Elementos genéticos móveis podem desempenhar um papel importante na disseminação de genes de virulência e resistência antimicrobiana entre vários microrganismos. Sua presença representa uma ameaça à saúde global podendo ser atribuída à circulação e aquisição daqueles já existentes entre diferentes populações bacterianas. Buscou-se avaliar a presença de marcadores específicos de virulência em 451 cepas de E. coli, isoladas de fontes humanas (374 – 82,9%), animais (32 – 7,1%), ambientais (34 – 7,5%) e de alimento (11 – 2,5%), recebidas pelo LRNEB/IOC/FIOCRUZ em 2022 para diagnóstico conclusivo. As cepas foram submetidas a identificação bioquímica, avaliadas através da Reação em Cadeia de Polimerase – PCR para a presença dos genes de virulência lt, st, ial, stx1, stx2, eagg e eaeA e, os perfis de resistência foram determinados, através da técnica de disco difusão, de acordo com CLSI e BrCAST, empregando 11 antimicrobianos representativos de sete classes. Na PCR, 56 cepas (13,2%) foram positivas para um ou mais genes, sendo 27 (48,2%) positivas para o gene eagg de EAEC, 14 (3%) para o gene eaeA de EPEC e 11 (19,7%) para o gene st de STEC. No TSA, maiores percentuais de resistência foram observados para STR (144 cepas – 52,4%), TCY (116 cepas – 42,2%), SXT (112 cepas – 40,7%), NAL (102 cepas – 37,1%) e CIP (100 cepas – 36,4%). Foram detectadas 31 cepas resistentes a CAZ (11,3%) e 27 cepas resistentes a MEM (9,8%). Foi observada característica de multirresistência em 109 cepas (40%), das quais 17 (15,6%) apresentaram algum gene de virulência, sendo 16 de fonte humana e uma de fonte animal. Plasmídeos podem facilitar o compartilhamento de genes entre bactérias por carregarem conjuntos completos de elementos necessários para a sua transferência e, são usualmente compartilhados entre bactérias circulantes com potencial diarreiogênico, tanto em alimentos quanto em isolados clínicos. Representam indiscutivelmente um fator crucial que facilita o acesso à virulência e resistência aos antimicrobianos em um microrganismo. Consideramos necessária uma constante vigilância de agentes diarreiogênicos através da caracterização genotípica de virulência bem como do monitoramento da suscetibilidade a antimicrobianos como medida epidemiológica para prevenir a disseminação de enteropatógenos. Palavras-chave: Caracterização genotípica de virulência, Escherichia coli diarreiogênicas, mecanismos de virulência, monitoramento, resistência antimicrobiana |