| Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 657-1 | ||||
Resumo:As hepatites virais A e B são doenças infecciosas causadas por vírus hepatotrópicos primários, que possuem características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais diferentes. A transmissão do vírus da hepatite A (VHA) é fecal-oral e do vírus da hepatite B (VHB) parenteral, perinatal e sexual. Essas hepatites são consideradas um grave problema de saúde pública mundial, apesar de contar com proteção por meio de vacinas seguras e eficazes, disponíveis na rede pública de saúde. O Programa Nacional de Imunizações recomenda que para prevenção da hepatite A sejam vacinadas crianças de 12 meses até menores de cinco anos de idade e que a vacina hepatite B, disponível nas Unidades de Saúde para todas as faixas etárias, além de prevenir a infecção pelo VHB, evita complicações como cirrose e hepatocarcinoma, devendo induzir títulos protetores acima de 10 UI/ml, em mais de 95% de crianças sadias ou adultos jovens. O objetivo do estudo foi avaliar a situação vacinal das hepatites A e B entre trabalhadores de um Centro Nacional de Primatas, em Ananindeua, Pará, Brasil. O projeto foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos, Parecer de Aprovação Nº 5.721.174. Inicialmente realizou-se ações de educação entre 133 trabalhadores com orientações sobre hepatites, medidas de prevenção e sobre a pesquisa. Tratou-se de um estudo descritivo, exploratório quantitativo, de corte transversal, realizado nos anos de 2022 e 2023 que avaliou amostras de soro e dados epidemiológicos dos participantes. Foram analisadas as variáveis: idade, sexo, estado civil, profissão, escolaridade e a situação vacinal contra os VHA e VHB. Após a assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do TCLE do Biobanco, foi preenchida Ficha de Inquérito Individual por meio de entrevista e coletadas amostras de sangue para realização dos testes sorológicos para as hepatites A e B por meio do ensaio de eletroquimioluminescência (equipamento Cobas E-411 Roche®). Para o VHA foram testados os marcadores anti-VHA total e anti-VHA IgM nas amostras anti-VHA total reagente; para a hepatite B os marcadores HBsAg, anti-HBc total e anti-HBs, conforme as recomendações dos fabricantes. Entre as 177 amostras avaliadas 56,5% (100/177) eram do sexo masculino; a média de idade era de 41,8±11,4 anos (variação de 20 a 73 anos) e mediana de 41 anos. A maior frequência de participantes foi encontrada na faixa etária 40 a 49 anos (59/177, 33,3%) e a menor entre ≥ 60 de idade (12/177, 6,8%). A soroprevalência para o VHB foi de 0,6% (1/177) para o HBsAg significando a presença de um indivíduo portador do VHB; 4% (7/177) com anti-HBc/anti-HBs reagentes, indicando infecção pregressa pelo VHB; 1,7% (3/177) anti-HBc reagente isolado, expressando infecção recente ou pregressa pelo VHB; 46,3% (82/177) anti-HBs reagente isolado, indicativo de imunidade obtida por vacina, estando suscetíveis ao VHB 47,4% (84/177) dos participantes. Os resultados mostraram considerável número de suscetíveis ao VHB e pode servir como norteador para ações de planejamento de estratégicas de vacinação pelo Setor de Saúde do Trabalhador da Instituição em conjunto com a Secretaria de Saúde do município visando ampliar a cobertura vacinal; reduzir o número de suscetíveis e a transmissão dessas infecções; dar conhecimento da situação à direção do Centro Nacional de Primatas, sensibilizar os trabalhadores sobre a importância das medidas preventivas e de controle, em especial as vacinas hepatite A e B. Palavras-chave: Hepatite A, Hepatite B, Vacina, Trabalhadores da Saúde, Prevenção Agência de fomento:Ministério da saúde - Instituto Evandro Chagas | |||||