Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 601-1 | ||||
Resumo:A hemocultura é considerada um dos principais exames para diagnóstico de
Infecções relacionadas à assistência à saude (IRAS) em pacientes hospitalizados, como as infecções da corrente sanguínea (ICS) e sepse. Entretanto, para que o resultado dessa cultura seja seguro e satisfatório, é necessária correta coleta da amostra clínica. O resultado deste exame interfere diretamente na terapêutica antimicrobiana. A qualidade da coleta das amostras pode ser prejudicada pela técnica de coleta, interferindo na interpretação do resultado final da cultura. Uma das metodologias aplicadas em ensino e treinamento na área da saúde é Objective Structured Clinical Examination (OSCE), significa Exame Clínico Objetivo Estruturado que tem como o propósito de imitar o cenário real, com avaliação prática sistematizada e padronizada, com oportunidades de avaliar falhas, reforçar a teoria, avaliar segurança e tomada de decisão nas ações.Portanto, é importante que as instituições se aprimorem e utilizem metodologias de ensino que atentem às necessidades dos profissionais em formação e na atualização da equipe de saúde. O objetivo deste trabalho foi capacitar os residentes de enfermagem a partir de um estudo de caso, sobre o protocolo de coleta de hemocultura da instituição, como barreira de eventos adversos na coleta de hemocultura e como multiplicadores de informação adequada, e atender suas necessidades práticas em relação ao procedimento. Utilizamos uma metodologia de ensino e aprendizado OSCE para os residentes de enfermagem modalidade especialização lato sensu em clínica médica e cirúrgica, na realização da parte prática de um estudo de caso sobre protocolo de sepse, e retirar suas dúvidas práticas que surgem no campo de estágio e divulgar o protocolo correto de coleta de hemocultura institucional. Após a descrição do caso clínico e do tempo para cada cenário, um dos residentes realizou a prática e os demais avaliaram a execução com um instrumento avaliador. Após o procedimento, realizado em um cenário construído com manequim em enfermaria da instituição, foram discutidas as dúvidas, as falhas, os pontos fracos e fortes de cada etapa. Identificamos que as ações mais negligenciadas na realização da técnica foi a antissepsia da pele, volume de sangue e o quantitativo de frascos. O processo de antissepsia é um fator primordial para um resultado fidedigno, assim como, o volume de sangue administrado nos frascos de hemocultura, interferindo na interpretação do laudo final até a intervenção clínica do médico, podendo favorecer uma terapia antimicrobiana inadequada quando ocorre falhas nestas etapas da coleta. Ao término da atividade prática, revisamos o protocolo, discutimos as dúvidas, analisando passo a passo o protocolo, e identificamos a necessidade de melhorias do instrumento para uma futura validação. A hemocultura é considerada um dos procedimentos de maior importância realizados no laboratório de microbiologia clínica. Sendo assim, é necessário a realização de um processo adequado de coleta para que ocorra uma terapêutica adequada e a prevenção de contaminação das amostras. A partir desse estudo de caso e com o uso desta metodologia foi possível reconhecer a falta de padronização do conhecimento do protocolo. O uso de instrumentos de avaliação como o OSCE permitiu a avaliação da necessidade de capacitação contínua, a partir de cenários reais, podendo ser utilizado com uma ferramenta efetiva de treinamento após validação. Palavras-chave: Coleta de hemocultura, Ensino, Exame Clínico Objetivo Estruturado, Segurança do paciente, Uso racional de antimicrobianos |