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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 528-1

528-1

INCIDÊNCIA DO FUNGO Aspergillus spp. EM RAÇÕES PREMIUM E SUPER PREMIUM DESTINADAS À ALIMENTAÇÃO ANIMAL NO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA, RIO DE JANEIRO

Autores:
Ana Beatriz da Silva Conceição (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Louise Gabriela da Silva Conceição (UNIVERITAS - Centro Universitário Univeritas) ; Jhon Lennon Genovez de Oliveira (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Laís Villar Ribeiro (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Águida Aparecida de Oliveira (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo:
Aspergillus spp. é considerado um dos principais gêneros fúngicos produtores de micotoxinas que, quando ingeridas, podem causar graves efeitos biológicos tanto em humanos como em animais. Pertencente ao grupo dos fungos filamentosos saprofíticos e oportunistas, cujo principal modo de dispersão e contaminação é o aéreo, esse microrganismo tem sido frequentemente isolado de amostras ambientais de solos, água, plantas e alimentos, o que é preocupante. As rações peletizadas do tipo premium e super premium são consideradas, hoje, pelos tutores, a melhor opção de alimento para seus pets devido a sua alta qualidade e praticidade. Dessa forma, sabendo que cães e gatos se alimentam de ração durante toda a sua vida, análises micológicas e micotoxicológicas desses alimentos são de extrema importância, pois esses animais são altamente sensíveis e desenvolvem sinais clínicos considerados graves que geram imunossupressão, tornando-os susceptíveis a diversas doenças. Considerando todos os efeitos que os fungos e as toxinas podem causar à saúde dos animais, esse estudo teve por objetivo avaliar o risco micológico e micotoxicológico de rações destinadas à alimentação de gatos da cidade de Seropédica, região da Baixada Fluminense (Rio de Janeiro). Foram avaliadas 12 amostras de rações premium e 5 amostras super premium de diferentes estabelecimentos comerciais do município de Seropédica. As amostras foram levadas ao laboratório de Micologia e Micotoxicologia da UFRRJ (LMM) e submetidas à trituração, pesagem (10 gramas), à homogeneização em Erlenmeyer estéril com 90 mL de água peptonada 0,1% estéril e a partir desta diluição inicial (10-1), semeou-se alíquotas de 0,1 mL nos meios de cultivo Dicloran Rosa de Bengala Cloranfenicol (DRBC), Ágar Dicloran Glicerol 18% (DG18) e meio Nash Snyder Ágar (NSA). As placas foram então incubadas por 5-7 dias à temperatura de 25° C em estufas microbiológicas. Após o crescimento fúngico, realizou-se a contagem de colônias, avaliação macroscópica e a confecção de lâminas utilizando azul de algodão em colônias claras e solução clarificante (KOH) em colônias escuras, para a análise microscópica e identificação dos microrganismos em nível de gênero. Para identificação em nível de espécie, realizou-se a inoculação em três pontos diferentes nos meios de cultura Ágar Czapek extrato de levedura (CYA), Ágar Czapek extrato de levedura sacarose a 20% (CY20S) e Ágar Extrato de Malte (MEA). Realizou-se nova análise macro e micromorfológica para a identificação final em nível de espécie. Todas as amostras super premium estavam contaminadas por Aspergillus spp. e 9 das 12 amostras premium estavam contaminadas por esse fungo. A partir das amostras super premium foi possível identificar as espécies Aspergillus niger e A. versicolor enquanto que nas amostras premium foram isolados Aspergillus niger, A. versicolor, A. ochraceus, A. fumigatus e A. terreus, espécies que possuem um elevado potencial toxígeno. Portanto, foi constatado nas rações, um alto índice de contaminação por diferentes espécies do fungo Aspergillus spp., o que evidencia a importância de pesquisas voltadas para a análise e monitoramento da qualidade microbiológica desses alimentos.

Palavras-chave:
 pet, fungo, micotoxina, ração, gato