Imprimir Resumo


Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 527-3

527-3

INVESTIGAÇÃO DE Salmonella spp E Campylobacter spp. EM MAMÍFEROS E TRATADORES DO ZOOLÓGICO MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA

Autores:
Mariana Comassio Chueiri (UFU - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA) ; Nathana Beatriz Martins (ZOO UDI - ZOOLÓGICO MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA) ; Guilherme Paz Monteiro (CHECK-POINTS BRASIL - CHECK-POINTS BRASIL) ; Daise Aparecida Rossi (UFU - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA) ; Roberta Torres de Melo (UFU - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA)

Resumo:
O controle e a prevenção das zoonoses e da resistência antimicrobiana é essencial para a hegemonia da população mundial, para isso a importância da Saúde Única na integração das esferas ambientais, humana e animal. A salmonelose e a campilobacteriose são doenças zoonóticas de importância para a saúde pública que causam sintomas gastrointestinais em humanos e animais. As formas de transmissão de Salmonella spp. e de Campylobacter spp. são pela via oral-fecal direta, pela ingestão de alimento e/ou água contaminada ou pelo contato com reservatórios, como os mamíferos de zoológico, os quais podem veicular essas doenças para os tratadores e os visitantes. Possuem caráter autolimitante, mas em casos graves é necessário o uso de antimicrobianos, o que preocupa com o aumento crescente da resistência bacteriana a antibióticos. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi realizar a identificação de Salmonella spp. e de Campylobacter spp. em fezes de mamíferos e tratadores do Zoológico Municipal de Uberlândia, além de avaliar o caráter sazonal e o perfil de resistência das cepas isoladas. Foram analisadas 120 amostras de fezes, sendo 33 de humanos e 87 de animais, de 14 espécies, dispostas em 22 recintos. O material foi submetido aos testes de identificação fenotípica e genotípica. O primeiro é por meio do cultivo tradicional com meios específicos para realizar o isolamento dos micro-organismos. Enquanto, o segundo é o teste confirmatório, por PCR convencional. Em seguida, realizou a concentração inibitória mínima (CIM) para as cepas isoladas e avaliou seis classes de antimicrobianos de importância para a saúde pública e de uso na rotina do zoológico. Por fim, as cepas isoladas foram sorotipificadas, por meio do kit comercial Check&Trace Salmonella (Check-Points B.V.). Foram identificados 13/120 (10,8%) cepas de Salmonella spp., das quais 10/87 (11,5%) foram isoladas de seis espécies de animais e 3/33 (9,1%) de humanos, enquanto foram isoladas 2/120 (1,7%) de Campylobacter spp., 1/33 (3,0%) de tratador e 1/87 (1,5%) de mamífero que apresentou coabitação de ambos os gêneros bacterianos. Os animais e humanos foram assintomáticos, os quais podem ser reservatórios ou portadores desses patógenos. Além disso, não houve influência sazonal na prevalência dos micro-organismos (p>0,05). Foram analisados os sorovares de três cepas de Salmonella spp. de animais, resultando em Salmonella enterica não pertencente a subespécie enterica que pode não apresentar uma relevância para a saúde pública, mas tem uma importância em processos de recombinação gênica. A ciprofloxacina foi o antibiótico mais eficaz para as cepas de Salmonella spp. e Campylobacter spp. com 100% de susceptibilidade (p>0,05), já a ampicilina e sulfonamida foram os antimicrobianos menos efetivos, uma vez que todas as cepas foram resistentes (p>0,05). O isolado de Campylobacter spp. de animal foi multirresistente (MR) a ampicilina, sulfonamida, tetraciclina, eritromicina e cefalexina, já de humano foi co-resistente (ampicilina e sulfonamida). A multirresistência foi observada em 92,3% (12/13) das cepas de Salmonella spp. e uma estirpe foi co-resistente, a qual foi isolada de animal. Todos os isolados de Salmonella dos tratadores apresentaram MR. Ao considerar a possibilidade de transmissão das cepas de animais para humanos, a higiene na manipulação desses mamíferos é importante, além do maior controle no uso indiscriminado de antimicrobianos nas práticas veterinárias e na medicina humana.

Palavras-chave:
 Campilobacteriose, Salmonelose, Selvagens, Saúde pública