Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 489-1 | ||||
Resumo:Bacillus cereus é uma bactéria que está diretamente associada a contaminações em indústrias alimentícias. Este microrganismo apresenta diferentes fatores de virulência, sendo a produção de toxínas, adesão e formação de biofilme os mais frequentes. Levando em consideração esta problemática, fica evidente a necessidade de novas alternativas que possam atuar no controle do desenvolvimento de B. cereus. As espécies de Aristolochia L. são fontes extensas de metabólitos secundários bioativos, sendo frequentemente associadas ao potencial antisséptico, anti-inflamatório, anti-hipertensivo e emenagogo. Nos estudos com extratos vegetais, o processo de biotransformação ocasionado por insetos vem sendo estudado como possíviel alternativa para potencializar atividades biológicas de grande valia. Desta forma, o presente estudo buscou avaliar a atividade antibacteriana e antibiofilme frente B. cereus de extratos metanólicos das folhas de Aristolochia esperanzae, Aristolochia gibertii e Aristolochia ringens e seus respectivos extratos biotransformados pela lagarta Battus polydamas. As espécies de Aristolochia (folhas frescas) foram oferecidas, ad libitum, às larvas de B. polydamas em diferentes estágios. As amostras vegetais e biotransformadas foram submetidas a extração química com metanol. A atividade antibacteriana foi determinada por meio da concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) utilizando o método de microdiluição em caldo com concentrações dos extratos de 1,9 a 1000 µg/mL frente a cepa padrão B. cereus (ATCC 11778). A atividade antibiofilme foi avaliada pela capacidade de inibir a formação de biofilme e degradar biofilmes pré-formados de B. cereus com concetrações dos extratos de 7,8 a 250 µg/mL. A viabilidade celular foi quantificada utilizando XTT (2,3-bis(2-metoxi-4-nitro-5-sulfofenil)-5-[(fenilamino)carbonil]-hidróxido de 2H-tetrazólio). Os resultados obtidos da atividade antibacteriana dos extratos metanólicos das folhas e biotransformados variaram de 7,8 a 31,25 µg/mL e a CBM apresentou valores de 15,62 a 62,5 µg/mL. Foi observado que o precesso de biotransformação potencializou o resultado de CIM do extrato metanólico das folhas de A. esperanzae, reduzindo de 31,25 µg/mL para 15,62 µg/mL. Para as demais espécies não foi observado a redução da CIM. Foi evidenciado que nos ensaios de biofilmes, o extrato biotransformado de A. gilbertii apresentou melhor percentual de inibição (100%) e de degradação (60%) quando comparado com o extrato metanólico das folhas que obteve 16% e 10% na inibição e na degradação, respectivamente. O extrato biotransformado de A. ringens desempenhou melhor atividade na inibição do biofilme de B. cereus, assim como também foi evidenciado, que o extrato biotransformado de A. esperanzae obteve melhor percentual de inibição (42%) em comparação com o extrato metanólico das folhas (23%). Os resultados demonstraram que os extratos metanólicos das folhas e biotransformados de A. esperanzae, A. gilbertii e A. ringens apresentaram uma excelente atividade antibacteriana e antibiofilme frente B. cereus e o processo de biotransformação demonstrou ser uma alternativa de potencialização de atividades biológicas. Palavras-chave: Aristolochia, biotransformação, compostos bioativos, biofilme bacteriano Agência de fomento:Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) |