| Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 456-1 | ||||
Resumo:Surfactantes são moléculas anfipáticas muito utilizadas para aplicações nas indústrias alimentícias, agrícolas, cosméticas e farmacêuticas. São geralmente derivados do petróleo ou quimicamente sintetizados, com isso podem passar anos para se degradarem na natureza. Além disso, por serem tóxicos podem liberar compostos contaminantes no ambiente, sendo prejudiciais à saúde. Desta forma, com os avanços atuais da biotecnologia, tem sido dada uma grande atenção ao processo alternativo e ecológico para a produção de diferentes tipos de surfactantes a partir de microrganismos, chamados biossurfactantes. O objetivo do presente estudo foi isolar microrganismos hidrocarbonoclásticos que sejam produtores de biossurfactantes. Tais microrganismos são provenientes de um biorreator de batelada alimentada, que contem solo coletado de Landfarm de borras oleosas de uma refinaria de petróleo e há 19 anos é alimentado com petróleo e meio mínimo no Laboratório de Biotecnologia Microbiana, situado no Centro de Biotecnologia e Genética da Universidade Estadual de Santa Cruz. Para isolamento dos microrganismos foram inoculadas amostras do biorreator em meio RM e após o crescimento foram realizadas diluições seriadas em solução salina a 0,85%. Posteriormente, foram plaqueadas por espalhamento em meio sólido RM, e em seguida as placas que continham colônias isoladas foram selecionadas para realização de semeadura por esgotamento em meio sólido RM para fim de isolamento em cultura pura. Após o crescimento das colônias, foi realizada uma descrição da caracterização morfológica das mesmas e os morfotipos identificados visualmente foram também submetidos ao método de coloração de Gram e analisados microscopicamente. Para avaliação do potencial de produção de biossurfactantes foram utilizados o teste de colapso da gota com petróleo e o teste de emulsificação com diesel e óleo mineral (na proporção de 4ml/4ml) separadamente, tendo como controle positivo o dodecyl sulfato de sódio e controle negativo a água. Também foi realizada uma curva de crescimento, a fim de determinar a fase na qual são produzidos os biossurfactantes. Todos os testes foram realizados em triplicatas. Foram isolados 7 microrganismos produtores de biossurfactantes. Entre eles um isolado denominado de B11220, apresentou um resultado promissor em relação aos demais isolados e em comparação aos outros microrganismos descritos na literatura, com colapso da gota positivo e imediato. Além disso, índice de emulsificação de 59% mantendo a estabilidade por 30 dias. Na curva de crescimento, observou-se que o biossurfactante foi produzido, nas condições experimentais, após 60 horas de crescimento quando o microrganismo inicia sua fase estacionária. É possível que a produção de biossurfactante no início desta fase seja devido a condição de estresse que o microrganismo se encontra. Observou-se que o microrganismo rapidamente alcança a fase logarítmica com forte crescimento e o fato da produção de biossurfactante ter sido observado as 60 horas indica a sua fase de produção. Portanto, foi possível concluírmos que este microrganismo hidrocarbonoclástico produz biossurfactantes que podem potencialmente substituir os surfactantes sintéticos e serem aplicados nas mais diversas indústrias. Palavras-chave: biorreator, biotecnologia, bioprodutos Agência de fomento:Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) Projeto 440777/2020-8 | |||||