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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 455-1

455-1

PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE BIOSSURFACTANTE COMO FERRAMENTA DE BIORREMEDIAÇÃO DE ÁGUAS MARINHAS CONTAMINADAS POR ÓLEO

Autores:
Maria Catarina de Farias Caldas (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco) ; Renata Raianny da Silva (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco) ; Carlos Vinícius Alves de Lima (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco) ; Leonie Asfora Sarubbo (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco) ; Juliana Moura de Luna (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco)

Resumo:
Os biossurfactantes são compostos biológicos anfifílicos produzidos na forma extracelular ou como parte da membrana celular de uma gama de leveduras, bactérias ou fungos filamentosos. Seu uso em processos de biorremediação é um método promissor para reforçar a eficiência do processo de tratamento de ambientes contaminados por hidrocarbonetos de petróleo, promovendo o aumento da biodegradação e a remoção desses compostos por meio de mobilização, solubilização e emulsificação. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de aplicação do biossurfactante produzido pela C. bombicola como um agente de biorremediação para ambientes costeiros contaminados por óleos. O biossurfactante foi produzido em frascos de Erlenmeyer com 2000 ml contendo 1000ml do meio de produção composto por 5% de resíduo da indústria do óleo de soja e 5% de milhocina, incubados com a suspensão de 108células/ml, sendo o pH final de 5,3. Os frascos foram mantidos sob agitação orbital de 150 rpm, durante 144 horas, à temperatura de 28ºC. Testes de biorremediação foram realizados para analisar a eficácia do biossurfactante isolado e sua espécie microbiana produtora na remoção de óleo em água do mar. Os frascos foram incubados sob agitação orbital de 150 rpm durante 30 dias, com amostras retiradas a cada 10 dias. Os testes foram realizados em três condições diferentes: Condição 1- água do mar, óleo e C. bombicola, Condição 2- água do mar, óleo, C. bombicola e biossurfactante isolado 0,5% e Condição 3- água do mar, óleo, C. bombicola e biossurfactante isolado 1,0%. O óleo degradado foi quantificado nas amostras e no meio controle após extração com n-hexano. O óleo residual foi extraído em funil de separação com o mesmo volume de hexano. A extração foi realizada duas vezes para garantir a completa remoção do solvente. Logo após o hexano foi evaporado em estufa a 70ºC, sendo o Becker resfriado, pesado e a eficiência da remoção foi calculada. De acordo com os resultados obtidos, foi observado que o biossurfactante produzido pela C. bombicola foi capaz de reduzir a tesão superficial da água de 72mN/m para 33mN/m. Com relação aos testes de biorremediação de óleo em água do mar, foi possível observar que o tempo e o aumento da concentração do biossurfactante foram favoráveis para o aumento do percentual de degradação do óleo. Sendo o melhor resultado no período de 30 dias de experimento, obtendo 85% de remoção do óleo quando adicionado o biossurfactante em 2x CMC (1,0%), porém nas condições 1 e 2 com menores concentrações de biossurfactante também houve bons resultados, onde o percentual de remoção foi aumentando ao longo do tempo. Por fim, foi possível constatar biossurfactante de C. bombicola apresenta potencial de aplicações para biorremediação em água do mar. Podendo assim contribuir com futuras aplicações na biodegradação de petroderivados.

Palavras-chave:
 Candida, Hidrocarbonetos, Testes de biorremediação


Agência de fomento:
FACEPE