| Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 424-1 | ||||
Resumo:Contaminação cruzada tem sido uma grande preocupação nos serviços agropecuários. O aparelho celular, sua constante manipulação e exposição a uma grande diversidade de microrganismos, o torna um recurso veiculador de informações e um possível fômite, carreando patógenos. A exposição do aparelho a um ambiente com condições sanitárias inadequadas pode ocasionar a contaminação do manipulador, da instalação e do próprio animal ou produto, resultando na disseminação de patógenos. Objetivou-se avaliar e quantificar a contaminação do celular em ambiente rural. O estudo avaliou a contaminação microbiológica dos celulares de estudantes de uma escola agrícola no interior do Rio Grande do Sul durante as suas atividades práticas nos diferentes setores da escola, sendo elas realizadas em 17 Unidades Educativas de Produção (UEP). As amostras foram coletadas dos aparelhos dos alunos presentes nas UEP’s em dias diferentes, totalizando 64 celulares. As amostras foram transportadas em caixa isotérmica até o Laboratório de Microbiologia da Universidade Federal de Santa Maria – Palmeira das Missões, para serem imediatamente processadas. As amostras foram analisadas de acordo com o método proposto por Silva et al., (2010), para análise de superfícies, foi utilizado swab e molde de 25x25cm, plaqueada em Ágar Padrão para Contagem (PCA), MacConkey e Baird-Parker, incubados a 37ºC por 24 horas. Após, as Unidades Formadoras de Colônia (UFC) foram contadas, usando contador de colônia automático, e os cálculos foram realizados considerando a diluição e o tamanho do molde. Todos os dados microbiológicos referentes aos aeróbios mesófilos, Gram-positivos e Gram-negativos foram analisados usando valores na escala logarítmica com base 10. O software utilizado para realizar as análises estatísticas foi o Graphpad Prism 6.0. Foi detectado crescimento bacteriano em todas as amostras, estando presentes contaminação por bactérias Gram-positivos aeróbias mesófilas em 100% (64) das amostras, e, Gram-negativas foram detectadas em 29,7% (19) das amostras analisadas. A variação de aeróbios mesófilos foi de 1,11 x 10 a 1,11x10³ UFC/cm² lembrando que a quantidade calculada foi por centímetro quadrado. Apesar de nem todos os aeróbios mesófilos serem consideradas bactérias patogênicas, são bactérias indicadoras de falta de higienização, sendo um fator preponderante para o risco da contaminação cruzada, pondo em risco a saúde do manipulador e dos animais manejados. Nas amostras analisadas observou-se elevadas quantidades de Gram-positivos com uma variação de 2,08x100 a 1,11x103UFC/cm². Em 34,37% (22) dos celulares analisados observou-se a presença de bactérias Gram-negativas, com uma variação de 2,8 x 101 a 1,97 x 105UFC/cm². O crescimento microbiano em Ágar MacConkey, sugere a presença de bactérias da família Enterobacteriaceae, podendo conter microrganismos altamente patogênicos tanto a saúde dos animais quanto dos manipuladores ou consumidores dos produtos. Com isso, conclui-se que os celulares por carrearem, em sua superfície, uma grande quantidade e diversidade de microrganismo são potenciais fontes de contaminação cruzada, oferecendo riscos à saúde do usuário, do animal e riscos aos produtos manipulados. Devido ao crescente uso dos celulares na agroindústria é necessário difundir informações sobre a importância da sua higienização. Palavras-chave: bactérias, microrganismos, telefone celular Agência de fomento:Projeto de extensão UFSM-DETECTA. | |||||