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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 420-1

420-1

Sobrevivência de halófilos da Lagoa Vermelha (Rio de Janeiro) em salmouras marcianas simuladas

Autores:
Isabella Gaião da Silva Guglielmetti (IQ - USP - Instituto de Química da Universidade de São Paulo) ; Fabio Rodrigues (IQ - USP - Instituto de Química da Universidade de São Paulo)

Resumo:
A água líquida é extremamente necessária para o desenvolvimento e sobrevivência da vida que conhecemos em outros planetas. Entender como microrganismos extremófilos podem responder a condições análogas a outros astros é um passo importante na busca de vida fora da Terra. Nesse contexto, a presença de água líquida em Marte é uma possibilidade devido à detecção de sais higroscópicos na superfície marciana, permitindo, assim, a existência de água líquida nas baixas temperaturas do planeta. Os sais presentes nessas soluções salinas marcianas podem ser prejudiciais à vida como a conhecemos. Dados de modelagem fornecem informações sobre a composição dessas soluções salinas com base nas condições do planeta, levando em conta temperatura, pressão, atividade da água e outros parâmetros físico-químicos. Esses dados permitem o estudo da resposta de microrganismos a esses sais. Portanto, este estudo analisa a sobrevivência de bactérias halofílicas na presença de sulfato de magnésio (MgSO4) e perclorato de magnésio (Mg(ClO4)2), sais presentes nessas soluções salinas teóricas. Microrganismos isolados da Lagoa Vermelha, Araruama, Rio de Janeiro, Brasil, uma lagoa salgada candidata a ser um análogo de Marte, com uma salinidade média de 1,4 mol.L-1, foram cultivados em meio LB salino (1,37 mol.L-1 de NaCl) suplementado com MgSO4 (1,0 mol.L-1) e Mg(ClO4)2 (0,2 mol.L-1) separadamente, por 96 horas a 30°C sob agitação de 160 rpm. As bactérias que puderam crescer nessas condições foram submetidas a um meio de cultura com ambos os sais nas mesmas concentrações e incubados da mesma forma. Vale ressaltar que tais concentrações utilizadas são relevantes no contexto marciano. A sobrevivência dessas bactérias foi medida contando as unidades formadoras de colônias (UFC) no final do experimento e os resultados foram graficados. Três isolados sobreviveram ao suplemento de sal separadamente, sendo dois deles do gênero Staphylococcus (cepas diferentes) e um do gênero Chromohalobacter. Uma das cepas de Staphylococcus e a Chromohalobacter sobreviveram à exposição aos dois sais no meio de cultura. Percebeu-se um tempo maior para crescer comparado ao controle, mas foi possível detectar crescimento. Os dois sais somados aumentam os danos sofridos pelas bactérias por causarem estresse osmótico e oxidativo. Dessa forma, a resistência à ambos os sais

Palavras-chave:
 sulfato de magnésio, perclorato de magnésio, água em Marte, atividade da água


Agência de fomento:
CAPES