Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 409-2 | ||||
Resumo:A Mata Atlântica e a Caatinga são biomas com elevada biodiversidade abrigando inúmeras espécies em seus ecossistemas. A fauna silvestre pode representar uma fonte de infecção e transmissão de agentes patogênicos constituindo um problema de Saúde Pública e Ambiental. Com o avanço da ocupação florestal o homem também pode atuar como veículo de patógenos fazendo com que a antropização fragilize áreas de importância ecológica a partir da disseminação de zoonoses emergentes, destacando-se a salmonelose. O objetivo deste trabalho foi determinar a prevalência de Salmonella spp. em animais silvestres de vida livre da Mata Atlântica e Caatinga identificando o perfil de resistência antimicrobiana nos indivíduos oriundos da Bahia/Brasil, no período de 2015-2021. Foram coletadas 674 amostras de animais silvestres (114 aves, 544 mamíferos, 16 répteis) através de swab fecal e submetidas à cultura microbiológica para isolamento específico de Salmonella spp. As colônias presuntivas foram confirmadas pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) e enviadas para sorotipificação. Quatro isolados foram positivos, sendo: Salmonella Agona (n=1), Salmonella enterica subspecie enterica sorogrupo O:16 (n=2) e Salmonella Muenchen (n=1). O teste de disco-difusão identificou uma cepa com múltipla resistência (MDR) a seis antibióticos. A análise por PCR Quantitativa em Tempo Real constatou dois isolados positivos para o gene de resistência a antibióticos beta-lactâmicos blaTEM. A resistência aos antimicrobianos pode ocorrer de um processo natural do próprio microrganismo. Ainda que a fauna silvestre não tenha tido acesso direto aos antibióticos, a alteração dos habitats naturais potencializa o compartilhamento de resistência entre diferentes nichos ecológicos. Os resultados apontam baixa prevalência de Salmonella spp. devido à presença de áreas florestais preservadas e ausência de estresse ambiental nos animais de vida livre. A ocorrência de Salmonella em animais silvestres amplia os riscos à saúde pública e a biodiversidade e indica que estes animais podem atuar como sentinelas de contaminação ambiental ou indicadores de preservação.
Palavra-chave: Bioma. Meio Ambiente. Saúde Pública e Ambiental. Salmonella. Resistência.
Agência de desenvolvimento: FAPESB
Palavras-chave: Bioma, Meio ambiente, Resistência, Salmonella, Saúde pública e ambiental Agência de fomento:FAPESB |