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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 404-1

404-1

ORGANIZAÇÃO DO FLAGELO E MOTILIDADE DE Methylobacterium mesophilicum SR1.6/6 DURANTE INTERAÇÃO COM A PLANTA HOSPEDEIRA

Autores:
Lucas Libertador (USP - Universidade de São Paulo ) ; Welington Araújo (USP - Universidade de São Paulo )

Resumo:
O gênero Methylobacterium é representado por bactérias que possuem o metabolismo metilotrófico, podendo utilizar metanol como única fonte de carbono e energia. Bactérias pertencentes a este gênero são amplamente encontrados em associação com as plantas, podendo contribuir para o crescimento e desenvolvimento do hospedeiro por meio da produção de fitohormônios e disponibilização de nutrientes. Dessa forma, Methylobacterium spp. são uma alternativa importante para o desenvolvimento de uma agricultura moderna e mais sustentável. Entretanto alguns mecanismos determinantes para o estabelecimento da interação entre Methylobacterium spp. e a planta hospedeira não foram totalmente elucidados, dificultando o entendimento das estratégias moleculares envolvidas nos primeiros estágios da interação. A motilidade microbiana mediada pela estrutura e movimentação do flagelo pode ser uma condição importante durante a interação e colonização da planta hospedeira. Apesar da possível contribuição positiva do flagelo durante a colonização, a flagelina que compõem o filamento flagelar pode ser reconhecida por receptores PRRs que ativam o sistema de defesa da planta e, portanto, induzem uma resposta de defesa contra a bactéria. Dessa forma, esse estudo tem como objetivo avaliar o efeito dos exsudatos radiculares do milho (Zea mays) e soja (Glycine max) na organização do flagelo e na motilidade de M. mesophilicum SR1.6/6. Para isso, a motilidade do tipo swimming está sendo avaliada na presença dos exsudatos radiculares. Além disso, a expressão dos genes flgK, flgL, flgA, flgH, fliM, fliR, motA e motB, os quais representam proteínas estruturais fundamentais para organização e funcionamento do flagelo bacteriano, estão sendo avaliados na presença da planta hospedeira. A presença de flagelos em cultura bacteriana também está sendo avaliada por microscopia ótica com contraste de fase após coloração específica. Está sendo observado o padrão de coloração de flagelo da cultura pura, e do crescimento de M. mesophilicum SR1.6/6 em cultura com as plantas hospedeiras em três períodos distintos, 18h, 36h e 72h. Resultados preliminares demonstraram que M. mesophilicum SR1.6/6 apresenta motilidade swimming em meio Spw modificado 0.3%, e apresenta um padrão de organização de flagelo distinto quando crescida em cultura com 18h, 36h e 72h de crescimento. O padrão de células com flagelo corado após 18h indicam que poucas células apresentam o flagelo arranjado, aumentando consideravelmente após 36h. Foi observado também que após 72h os flagelos encontram-se soltos na cultura, tendo sido separados da célula bacteriana. Sugere-se, portanto, que em fases iniciais do crescimento, as células de M .mesophilicum SR1.6/6 montam o flagelo, e o ejetam na fase estacionária no momento de maior densidade celular e menor concentração de nutrientes. Desse modo, com o presente trabalho será possível determinar o efeito dos exsudatos radiculares na montagem do flagelo, e o papel e a contribuição do sistema de movimentação mediada por flagelo durante a interação de M. mesophilicum SR1.6/6 com a planta hospedeira.

Palavras-chave:
 Interação bactéria – planta hospedeira, Expressão gênica, Motilidade swimming, Organização flagelar, Glycine max


Agência de fomento:
FAPESP