Imprimir Resumo


Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 387-1

387-1

ESTUDO DE TOXICIDADE AGUDA ORAL DO CORANTE NATURAL MICROBIANO AZAFILONA.

Autores:
Talita Cristina Mena Segato (UNISO - UNIVERSIDADE DE SOROCABA) ; Camila da Cunha Frattes (UNISO - UNIVERSIDADE DE SOROCABA) ; Caio de Azevedo Lima (FCFAR/UNESP - FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DE ARARAQUARA) ; Valéria de Carvalho Santos Ebinuma (FCFAR/UNESP - FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DE ARARAQUARA) ; Denise Grotto (UNISO - UNIVERSIDADE DE SOROCABA)

Resumo:
Os seres humanos geralmente relacionam a cor dos alimentos com sua qualidade e frescor, e por esse motivo os corantes são tão utilizados na indústria alimentícia. Os mais utilizados, atualmente, são os corantes sintéticos devido ao seu baixo custo e grande disponibilidade. Porém, diversos estudos relatam efeitos prejudiciais à saúde pelo consumo prolongado, principalmente aqueles dentro da categoria azocorantes. Por esse motivo, a procura por produtos mais saudáveis e sustentáveis tem aumentado ao longo dos anos, e a produção de corantes a partir de microrganismo é uma ótima alternativa. O fungo Talaromyces amestolkiae possui a capacidade de produzir um corante como resultado de seu metabolismo. Entretanto, para o uso de novos alimentos e novos ingredientes de maneira comercial, a comprovação de segurança se faz necessária. Assim, este estudo objetivou avaliar a segurança do novo corante azafilona obtido pelo microrganismo Talaromyces amestolkiae, por meio de estudo toxicológico agudo. Esse é o teste de Toxicidade Oral Aguda - Procedimento de Dose Fixa, nº 420, previsto pela Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD). O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais, CEUA-Uniso sob número 213/2022. O teste consistiu em duas etapas. Na primeira, uma rata Wistar foi utilizada, a qual recebeu, via gavagem, doses únicas de 5, 50, 300 e 2000 mg/kg do corante a cada 14 dias, sem apresentar sinal visível de toxicidade. Na segunda etapa, 4 ratas Wistar foram utilizadas, tratadas por 14 dias com a maior dose do corante, via gavagem. Ao final dos experimentos, os animais foram eutanasiados e seu sangue periférico foi coletado. Posteriormente, análises bioquímicas e hematológicas foram realizadas. Em relação aos parâmetros hematológicos analisados, as concentrações de hemoglobina, eritrócitos e plaquetas apresentaram-se dentro dos níveis de referências reportados na literatura. Por outro lado, a quantidade de leucócitos de todos os animais estava abaixo do limite esperado. Para traçar o perfil hepático foram analisados os níveis de ALT e AST e para perfil renal os níveis de creatinina e ureia, os quais apresentaram níveis normais, indicando assim que o corante não causou danos bioquímicos aos seus possíveis órgãos alvos. Assim, foi possível observar por meio do estudo de toxicidade aguda que o uso oral do corante azafilona obtido do fungo Talaromyces amestolkiae pode gerar uma possível leucopenia na dose de 2000 mg/kg, e por isso o estudo crônico deve ser realizado com dose inferior a essa.

Palavras-chave:
 Corante natural, Talaromyces amestolkiae, Fungos, Toxicidade, Segurança


Agência de fomento:
Fapesp