| Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 376-2 | ||||
Resumo:Na microbiologia, assim como em outras áreas da ciência, existem abordagens manuais e automatizadas para realizar análises e testes laboratoriais. No mercado existem já alguns anos vários equipamentos com sistema automatizado para identificação e com possibilidade de testes de automação em substituição das culturas manuais consagradas a muitos anos no Brasil que ainda são uma grande realidade em nosso país. O objetivo desse estudo é comparar a frequência e perfil de sensibilidade de microrganismos causadores de IRAS (infecções relacionadas à assistência à saúde) em hospital de grande porte, referência em urgência e emergência na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Neste trabalho, é feita a comparação de dados de dois anos antes (Jul/2019-Jun/2021) e dois anos depois da pandemia de COVID-19 (Jul/2021-Jun/2023). Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, da base de dados do laboratório do sistema manual com o sistema VITEC® da Biomerrieux correlacionando as IRAS mais frequentes com os microrganismos resistentes identificados nas topografias da vigilância epidemiológica das Unidades de Terapia Intensiva acompanhadas pelo Serviço de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar (SCIHE), conforme determina da portaria ministerial 2616/98. Foram incluídos todos os casos de amostras de material biológico como aspirados traqueais, urinas, hemoculturas, entre outras, em pacientes com resultados de culturas positivas de IRAS. Os dados foram avaliados por meio de estatística descritiva e cálculo dos riscos de infecção por estimativa pontual e por intervalo de 95% de confiança. Entre julho de 2019 e junho de 2021, foram identificados 903 casos de IRAS, com identificação microbiológica da etiologia em 69% das infecções. Já no segundo período, Jul/2021 a Jun/2023, foram diagnosticadas 585 IRAS, sendo que, em 62% delas houve identificação da etiologia, (redução significativa na taxa de identificação da etiologia das IRAS; valor-p = 0,008). Considerando o total de pacientes e o total de pacientes-dia de cada período, a taxa de IRAS reduziu (valor-p < 0,05) de 903/4.037 = 22% (Jul/2019-Jun/2021) para 585/3.956 = 15% (Jul/202-Jun/2023) e de 903/33.596 = 27 IRAS por 1.000 pacientes-dia (Jul/2019-Jun/2021) para 585/30.380 = 19 IRAS por 1.000 pacientes-dia (Jul/2021-Jun/2023). Apesar do aumento proporcional de microrganismos multirresistentes, não houve diferença nas taxas de IRAS por MR: a taxa de IRAS variou de forma não significativa (valor-p = 0,333) de 133/4.037 = 3,3% (Jul/2019-Jun/2021) para 115/3.956 = 2,9% (Jul/2021-Jun/2023) e de 133/33.596 = 4,0 IRAS (MR) por 1.000 pacientes-dia (Jul/2019-Jun/2021) para 115/30.380 = 3,8 IRAS (MR) por 1.000 pacientes-dia (Jul/2021-Jun/2023). Sendo assim, para este estudo, pode-se considerar como melhora na acurácia dos resultados microbiológicos expressando a verdadeira sensibilidade do perfil epidemiológico dos agentes etiológicos relacionado as infecções hospitalares relacionadas à assistência. Dessa forma podemos traçar o plano terapêutico adequado e reduzir o consumo de antimicrobianos. Palavras-chave: Bactérias Gram-Negativas , Infecção Hospitalar , Klebsiella pneumoniae Agência de fomento:Hospital Metropolitano Odilon Behrens | |||||