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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 351-1

351-1

POTENCIAL DE BACTÉRIAS PROMOTORAS DO CRESCIMENTO VEGETAL NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Mimosa scabrella

Autores:
Yuri Veloso Franco (UFG - Universidade Federal de Goiás ) ; Joyce Fernanda Kielt (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Carlos André Stuepp (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Rosimeri Oliveira Fragoso (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Jesiane Stefania da Silva Batista (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa)

Resumo:
A espécie arbórea Mimosa scabrella Benth, popularmente conhecida como bracatinga, possui um papel importante na ocupação inicial de áreas degradadas por ser uma espécie facilitadora da regeneração natural, contribuindo para preservar e restabelecer ecossistemas naturais. Inúmeros fatores afetam a produção de mudas de qualidade, sendo que mais recentemente, a inoculação de espécies lenhosas nativas com bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCPs) vem sendo proposta para melhorar os padrões de qualidade das mudas, tanto na fase de viveiro como a campo. Os benefícios proporcionados pelas BPCPs estão associados à produção de fitohormônios, melhores índices de vigor e atividade enzimática e maior disponibilização de nutrientes na rizosfera. Assim, objetivou-se avaliar a produção de mudas de M. scabrella sob a inoculação de BPCPs endossimbióticas e associativas, combinadas ao uso de diferentes doses de fertilizantes de liberação controlada (FLC), visando a obtenção de mudas de qualidade. Para tanto, foram utilizadas duas estirpes do gênero Paraburkholderia, CNPSo 3281 e CNPSo 3076, selecionadas na região dos Campos Gerais do Paraná, as quais foram padronizadas na concentração de 109 UFCs mL-1. Além dessas, foram utilizadas duas estirpes combinadas de Azospirillum brasilense, Abv-5 e Abv-6, na concentração de 2x108 UFC mL-1. As sementes de M. scabrella passaram previamente por protocolo de quebra de dormência por meio da imersão em água a temperatura de 80 °C, sendo a semeadura realizada em embalagens de 110 cm3 em substrato comercial a base de casca de pinus compostada e vermiculita. Ao substrato foram homogeneizadas as doses do FLC Osmocote® 5M (18-05-09) conforme os seguintes tratamentos: 0, 1, e 2 Kg m-3. Cerca de 45 dias após a semeadura, as mudas de cada tratamento de FLC foram inoculadas com as duas estirpes do gênero Paraburkholderia e com o inoculante comercial A. brasilense. Já o tratamento controle recebeu apenas água. Durante o período experimental, foram avaliados a altura caulinar, o diâmetro do coleto, as biomassas secas caulinar, radicular e total, o Índice de Qualidade de Dickson (IQD) e o teor de clorofila total. De acordo com os resultados, verificou-se interação significativa entre os fatores doses de FLC e BPCPs para a variável altura de M. scabrella, sendo a influência das BPCPs mais perceptível nos tratamentos com a dose de 1 kg m-3 de FLC, na qual destacaram-se os inoculantes Paraburkholderia sp. CNPSo 3281 e A. brasilense. Entretanto, com relação ao IQD, verificou-se que a dose de 2 kg m-3 se mostrou mais eficiente na produção de mudas para todos os tratamentos de BPCPs, com exceção do tratamento com a estirpe CNPSo 3076, para o qual não se verificou diferença estatística entre as doses de 1 e 2 kg m-3. Destaca-se ainda que o tratamento com a estirpe CNPSo 3076 mostrou-se o mais promissor na produção de mudas de qualidade quando analisado sob a dose de 1 kg m-3 de FLC, não havendo diferença entre os inoculantes quando estes foram analisados nas demais doses. Com relação às demais variáveis, observou-se influência significativa das BPCPs apenas para a biomassa seca caulinar, para a qual a estirpe de A. brasiliense apresentou média superior ao tratamento controle, embora não diferindo das estirpes de Paraburkholderia sp. Considerando apenas as doses de FLC, por outro lado, verificou-se que conforme aumentaram-se as doses do fertilizante, estas proporcionaram aumento significativo sobre todas as variáveis.

Palavras-chave:
 Azospirillum sp., qualidade de mudas florestais, restauração ecológica, soluções baseadas na natureza.


Agência de fomento:
CAPES; CNPQ; FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA.