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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 269-1

269-1

Avaliação da capacidade antagonista de bactérias isoladas do kombucha contra Escherichia coli e Staphylococcus aureus

Autores:
Carla Azevedo Bilac (UNB - Universidade de Brasília ) ; Maria Fernanda Viana Silva (UNB - Universidade de Brasília ) ; Letícia Fernandes Silva Rodrigues (UNB - Universidade de Brasília ) ; Izabel Cristina Rodrigues Silva (UNB - Universidade de Brasília ) ; Daniela Castilho Orsi (UNB - Universidade de Brasília )

Resumo:
Kombucha é uma bebida efervescente e levemente ácida, produzida através da fermentação do chá verde ou preto (planta Camellia sinensis) com o SCOBY (Symbiotic Culture of Bacteria and Yeast), uma película de celulose que abriga uma microbiota composta por bactérias do ácido láctico, bactérias do ácido acético e leveduras. O kombucha possui propriedades probióticas e antioxidantes, atraindo cada vez mais a atenção dos consumidores. O objetivo deste estudo foi isolar as bactérias lácticas presentes na bebida e no SCOBY e avaliar a capacidade antagonista das bactérias isoladas contra Escherichia coli ATCC 25922 e Staphylococcus aureus ATCC 25923. A bebida foi preparada através de infusão de água potável (1 litro), folhas de chá preto 4% (p/v) e açúcar mascavo orgânico 10% (p/v). O processo de fermentação ocorreu por 7 dias à 28°C. Após a fermentação, as bactérias lácticas foram isoladas usando os seguintes meios de cultura: ágar All Purpose Tween (APT), ágar Man, Rogosa and Sharpe (MRS) e ágar M17. As placas foram incubadas em condições aeróbicas à 28°C e após 48 h as colônias de distintas morfologias foram isoladas. Para a avaliação da atividade antagonista in vitro, as bactérias isoladas do kombucha foram cultivadas em APT, MRS ou M17 por 48 h antes do ensaio. Para realização do ensaio, as cepas de E. coli e S. aureus crescidas em ágar Mueller-Hinton foram diluídas em caldo Mueller-Hinton com turvação equivalente a 0,5 da escala de Mc Farland e semeadas em ágar Yeast Malt (YM), com o auxílio de swab estéril até a obtenção de um esfregaço uniforme. Em seguida, discos de 5 mm contendo as bactérias isoladas do kombucha foram aplicados sobre o YM previamente inoculado com E. coli ou S. aureus (de forma a manter o contato das bactérias isoladas do kombucha com o meio). Os testes foram realizados em triplicata e as leituras foram realizadas após 24 h de incubação a 37ºC, por meio da medição dos halos de inibição do crescimento de E. coli ou S. aureus em milímetros de diâmetro, expressos como média. Do total de 44 bactérias isoladas do kombucha, 20 cepas (45,5%) apresentaram atividade antagonista contra E. coli e 25 cepas (56,8%) contra S. aureus. Das 22 bactérias isoladas do APT, 10 apresentaram halos de inibição contra E. coli (10,2 a 36,5 mm) e 14 contra S. aureus (14,6 a 45,1 mm). Das 13 bactérias isoladas do MRS, 10 apresentaram halos de inibição contra E. coli (23,9 a 38,3 mm) e 9 contra S. aureus (9,7 a 22,3 mm). E das 9 bactérias isoladas do M17, 2 bactérias apresentaram halo de inibição contra S. aureus (16,0 a 17,5 mm) e não houve inibição contra E. coli. Com base na capacidade antagonista dos microrganismos isolados do kombucha, essas cepas têm potencial para serem utilizadas como fonte de novos agentes antimicrobianos e como agentes probióticos. Futuras pesquisas são necessárias para explorar o potencial probiótico dessas bactérias e identificar as espécies que apresentam essa atividade antimicrobiana.

Palavras-chave:
 chá fermentado, atividade antibacteriana, bactérias do ácido láctico, probióticos


Agência de fomento:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF)