| Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 138-1 | ||||
Resumo:Fungos filamentosos são organismos eucariontes, quimioheterotróficos, que possuem parede celular composta, principalmente, por quitina e armazenam glicogênio como reserva energética. Esses microrganismos são diversos e com distribuição ubíqua, abrangendo desde ambientes extremos até florestas tropicais. Entretanto, poucos foram isolados em solo brasileiro, fazendo-se necessário estudo de bioprospecção para conhecimento desses fungos filamentosos e análise das suas potenciais aplicações biotecnológicas. O objetivo desse trabalho foi isolar fungos filamentosos e analisar as características macroscópicas e microscópicas dos isolados. Os experimentos foram realizados no Laboratório de Micologia, Enzimologia e Desenvolvimento de Produtos (LMEDP) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) campus JK, Diamantina-MG, Brasil. Coletou-se, de forma asséptica, palha de cana-de-açúcar, sendo o material coletado posto sobre o meio de cultivo sólido composto por aveia Quaker® 4% (m/v) e ágar bacteriológico 2% (m/v) em placa de Petri, sendo mantido em estufa bacteriológica, à 30°C, durante quatro dias, e analisado, a cada 24 horas, o crescimento de fungos filamentosos. À medida que os fungos cresceram, foi realizado o isolamento pontual ao centro de outra placa de Petri, contendo o mesmo meio de cultivo, sendo mantidos sob as mesmas condições até obtenção de tamanho adequado. Em seguida, as características morfológicas macroscópicas como cor, textura, fundo e pigmentação foram analisadas. Para a determinação das características microscópicas dos isolados, foi preparada uma câmara de microcultivo, que conteve um pedaço de meio de cultura sólido Batata-Dextrose-Ágar, sobre uma lâmina e inoculado, nas laterais, os isolados. A lamínula foi utilizada para cobrir a lâmina e uma gota de água destilada autoclavada foi adicionada ao papel filtro que revestiu a placa de Petri, proporcionando um ambiente adequado para o crescimento e esporulação dos fungos filamentosos. As lâminas foram mantidas em estufa, a 30ºC, por 72 horas. Após o crescimento dos organismos, as lâminas foram observadas no microscópio óptico com aumento de 400 vezes. Obtiveram-se seis fungos filamentosos, sendo identificados como 3.2TA, 3.3TA, 3.4TA, 3.5TA, 3.7TA e 3.8TA. Pode-se observar que o isolado 3.2TA possuiu coloração branca com esporos pretos, fundo liso, textura algodonosa sem pigmentos no fundo da placa, com bordas irregulares. O fungo 3.3TA possuiu coloração branca, que é alterada na presença da luz para rosa, bordas mais escuras irregulares, fundo liso, textura algodonosa e pigmentação rosa no fundo da placa. Já o 3.4TA possuiu coloração branca com esporos cinzas, fundo liso, textura algodonosa. O fungo 3.5TA possuiu coloração marrom com bordas amareladas, fundo liso, textura aveludada, com pigmentação marrom escuro, e o isolado 3.7TA apresentou coloração preta com bordas brancas, fundo liso, textura pulverulenta, e por fim, o fungo filamentoso 3.8TA teve coloração branca, esporos pretos com textura algodonosa e fundo liso. Ao analisar as estruturas microscópicas dos fungos filamentosos, três possíveis gêneros foram observados: Mucor sp. (3.2TA, 3.4TA e 3.8TA), Neurospora sp. (3.3TA), e Aspergillus sp. (3.5TA e 3.7TA). Diante da diversidade de características, conclui-se que há uma pluralidade de fungos filamentosos, todavia não estudados, e que porventura sejam potenciais para aplicação em processos industriais. Palavras-chave: Biotecnologia, Micologia, Prospecção Agência de fomento:UFVJM, ICT, CNPq, CAPES, FAPEMIG APQ-02178-21. Esses microrganismos foram cadastrados no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen) número A64AD93 | |||||