Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 9-2 | ||||
Resumo:As bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCPs) são organismos capazes de auxiliar, por diferentes mecanismos, no desenvolvimento de espécies vegetais às quais estão associadas. Exemplo disso são as interações simbióticas entre BPCPs e indivíduos da família Fabaceae. Tais interações podem favorecer a qualidade de mudas nativas, sendo esse o foco desse trabalho. Assim, objetivou-se avaliar a eficiência de BPCPs endossimbióticas e associativas na produção de mudas de Senna macranthera sob diferentes doses de fertilizante de liberação controlada (FLC), visando a obtenção de mudas de qualidade. O experimento foi realizado no Viveiro Florestal da Universidade Estadual de Ponta Grossa, e avaliou duas estirpes do gênero Paraburkholderia, CNPSo 3281 e CNPSo 3076, selecionadas na região dos Campos Gerais do Paraná e o inoculante comercial Azospirillum brasilense, combinados a três tratamentos de FLC nas doses de 0, 1 e 2 kg m-3. Para tanto, após a quebra de dormência das sementes de Senna macranthera por meio de escarificação química com ácido sulfúrico por 30 minutos, foram lavadas e então semeadas em embalagens de 110 cm3, preenchidos com substrato comercial à base de casca de pinus compostada e vermiculita, ao qual foram homogeneizadas as três doses de FLC Osmocote® 5M (18-05-09). Cerca de 45 dias após a semeadura, as mudas de cada tratamento de FLC foram inoculadas com as duas estirpes previamente cultivadas em laboratório, CNPSo 3076 e CNPSo 3281, isoladamente, padronizadas na concentração de 109 UFC mL-1 e com o inoculante comercial Azospirillum brasilense composto pelas estirpes Abv-5 e Abv-6, na concentração de 2x108 UFC mL-1. Já o tratamento controle recebeu apenas água. Durante o período experimental, foram avaliados a altura caulinar, o diâmetro do coleto, as biomassas secas caulinar, radicular e total, e o Índice de Qualidade de Dickson. Com base nos resultados obtidos, foi possível verificar uma influência positiva para a variável altura caulinar, ainda que discreta, das estirpes Paraburkholderia sp. CNPSo 3281 e CNPSo 3076 e A. brasilense, com maior variação em função das doses de FLC utilizadas. Enquanto a maior dose de FLC, de 2 kg m-3, potencializou os resultados para altura obtidos com as estirpes de Paraburkholderia sp., os maiores valores de crescimento para A. brasilense foram obtidos na dose de 1 kg m-3. Para as demais variáveis, entretanto, não se verificou a mesma influência. Recomenda-se novos estudos a fim de compreender de forma mais definitiva os mecanismos envolvidos na interação entre BPCPs e espécies arbóreas nativas, visando a sua recomendação para a produção de mudas de qualidade. Palavras-chave: Fertilizante de liberação controlada, Paraburkholderia sp., produção de mudas, soluções baseadas na natureza Agência de fomento:CAPES; CNPQ; FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA |