II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-040


Poster (Painel)
MH-040Uso da Tigeciclina em um Hospital Universitário
Autores:Marsileni Pelisson (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Flavia Soares Lassie (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Gissele Imazu (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Claudia Maria Dantas de Maio Carrilho (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Joseani Coelho Pascual Garcia (UEL - Universidade Estadual de Londrina)

Resumo

A tigeciclina é indicada para o tratamento de infecções complicadas da pele e suas estruturas e intra-abdominais causadas por aeróbios gram-positivos, gram-negativos, anaeróbios e micobatérias. Também, em razão de seu espectro, tem sido utilizada como alternativa terapêutica no tratamento de infecções hospitalares principalmente por microorganismos multirresistentes como Acinetobacter baumannii e enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (CR) e MRSA. O objetivo deste foi observar alterações no perfil de uso da tigeciclina em um Hospital Universitário, de 2008 ao primeiro semestre de 2010, dando enfoque à sua utilização em acordo (IB) ou não (NI) com o indicado em bula. Foram obtidos os dados de 2008 e 2009 em prontuários médicos e os referentes a 2010, prospectivamente, em fichas de controle de antimicrobianos e acompanhamento médico. Foram analisados dados epidemiológicos do paciente; duração do tratamento; indicação baseada em cultivo e microrganismos isolados. Quarenta pacientes utilizaram tigeciclina em 2008, 48 em 2009 e 39 em 2010. Foi observada uma redução na média da idade dos pacientes de 59 anos (16 – 100) em 2008, 51 (16 a 88) em 2009 e 47 (11 a 88 anos) em 2010.  O sexo masculino prevaleceu com 60%, 66,67% e 64,10% nos respectivos anos. Do total, 42,5% utilizaram tigeciclina com IB em 2008. Destes, 41,18% tiveram terapia baseada em cultura com isolamento de A.baumannii CR (37,5%), Staphylococcus aureus (20,83%) e K. pneumoniae (8,3%). Em 2009, utilizaram com IB 56,25% dos pacientes, com cultivo para apenas 25,93% destes. Novamente, A. baumannii CR foi o microrganismo isolado com maior freqüência (37,5%), seguido por K. pneumoniae CR (21,87%). Para 2010, os tratamentos com IB foram de 53,85%.  Destes, 28,57% baseados em cultura, onde os microrganismos mais isolados foram A. baumannii CR com 33,33% e K. pneumoniae CR (15,15%). Em 2008, dos 40 pacientes analisados, 57,5% foram a óbito em uso do medicamento. No ano de 2009, houve uma redução de óbitos durante o tratamento, 31,25% de 48 pacientes. Dentre os que não foram a óbito e fazem parte do grupo IB, 42,42% e 15,15% estavam dentro e acima do período recomendado em bula, respectivamente. Para 2010, de 39 pacientes, 28,20% foram a óbito durante a utilização de tigeciclina. A tigeciclina, em sua condição de última opção terapêutica frente à resistência esbarra na limitação da indicação formal, principalmente de cunho farmacocinético. O isolamento crescente de microrganismos altamente resistentes como A. baumannii e K. pneumoniae CR em infecções hospitalares pode ser determinante para o aumento no uso de tigeciclina e na sua utilização sem indicação formal como tentativa exígua de tratamento de infecções graves. Neste sentido, o relato de experiências e a vigilância sobre o uso deste medicamento se fazem necessários para subsidiar situações comuns e, concomitantemente, preservar a susceptibilidade ao antimicrobiano.


Palavras-chave:  Tigeciclina, MO multirresistente, enterobactéria CR, infecção hospitalar, hospital universitário