II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-036


Poster (Painel)
MH-036Enterobactérias produtoras de ESBL: o que muda com os critérios do CLSI 2010 e do EUCAST 2010
Autores:Carmen Antonia Sanches Ito (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Jeanina Izabel Margraf Bittencourt (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Larissa Bail (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Lorena Christine Wiecheteck de Brito (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Luiz Antonio Esmerino (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Priscilla Salles de Brito (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa)

Resumo

Introdução: Em 2010, o CLSI (Clinical Laboratory Standards Institute) diminuiu os pontos de corte de alguns beta-lactâmicos para Enterobacteriaceae. Essa redução ocorreu baseada em dados farmacocinéticos/farmacodinâmicos e clínicos correntes, já que os pontos anteriores foram estabelecidos a mais de 20 anos atrás. Os pontos também foram reduzidos para os antimicrobianos carbapenêmicos. Além disso, o EUCAST (European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing) trás também diferentes pontos de cortes para as enterobactérias e esses antimicrobianos. Objetivo: Determinar se diferentes enterobactérias produtoraras de ESBL são mais precisamente categorizadas como resistentes aos antimicrobianos beta-lactâmicos de amplo espectro por meio dos pontos de corte para disco-difusão indicados pelo CLSI 2010 e EUCAST 2010. Assim como se comportam os carbapenêmicos segundo os mesmos documentos. Material e métodos: Foi realizado teste de sensibilidade por disco-difusão para 57 Enterobactérias (41 Klebsiella spp., 11 Enterobacter spp., 4 Escherichia coli e 1 Serratia marcescens) produtoras de ESBL, isoladas de pacientes hospitalizados. Foram usados discos dos beta-lactâmicos: cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima, aztreonam e dos carbapenêmicos: imipenem, meropenem e ertapepenem. A medida do halo de inibição foi interpretada segundo os documentos M100-S19 (CLSI 2009), M100-S20 (CLSI 2010) e clinical breakpoints - bacteria- v 1.1 (EUCAST 2010). Resultados: Os melhores resultados para categorizar os isolados como resistente aos beta-lactâmicos foram a Cefotaxima (CLSI 2010) com 55 (96,5%) amostras resistentes, Ceftriaxona (CLSI 2010 e EUCAST 2010) e Aztreonam (EUCAST 2010) com 54 (94,7%) isolados resistentes e Ceftriaxona (CLSI 2009) com 52 (91,2%) isolados resistentes. Para os carbapenêmicos, ertapenem apresentou o maior número de amostra com resistência, principalmente pelo EUCAST 2010, 8 (14,0%) resistentes e seis (10,5%) intermediárias. Já no CLSI 2010, seis (10,5%) resistentes e quatro (7,0%) intermediárias e pelo CLSI 2009 três (5,3%) resistentes e duas (3,5%) intermediárias.  No entanto, esse antimicrobiano pode apresentar resistência isolada, sem repercussão sobre os demais cabapenêmicos. Uma enterobactéria foi classificada como resistente ao Meropenem pelo CLSI 2010 e o EUCAST 2010, três (CLSI 2010) e quatro (EUCAST 2010) como intermediárias. Todas as amostras foram sensíveis ao Imipenem, independente do ponto de corte. Conclusão: A melhor combinação poderia ser Cefotaxima e Ceftriaxona usando os critérios do CLSI 2010 ou Aztreonam e Ceftiaxona pelo EUCAST 2010 para esses isolados. Como a habilidade de hidrolizar os antimicrobianos depende da afinidade de cada enzima, a escolha dos antimicrobianos para testar vai depender do tipo de beta-lactamase prevalente no local. Os carbapenêmicos, por sua vez, podem se apresentar sensíveis na presença de enterobactérias produtoras de carbapenemases e, mesmo que o Ertapenem possa apresentar resistência isolada, enterobactérias com resistência plena ou intermediária aos carbapenêmicos devem ser investigadas para a presença de cabapenemase.


Palavras-chave:  CLSI, ESBL, EUCAST, pontos de corte