II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-038


Poster (Painel)
MH-038Pesquisa de metalo-beta-lactamases em Enterobactérias produtoras de ESBL
Autores:Carmen Antonia Sanches Ito (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Jeanine Izabel Margraf Bittencourt (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Larissa Bail (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Lorena Chirstine Wiecheteck de Brito (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Luiz Antonio Esmerino (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Priscilla Salles de Brito (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa)

Resumo

Introdução: Metalo-beta-lactamases (MBLs) são enzimas capazes de hidrolizar carbapenêmicos e antimicrobianos betalactâmicos de espectro estendido. Em enterobactérias, a maioria destas carbapenemases confere somente sensibilidade reduzida aos carbapenêmicos, o que faz com que a presença de MBL seja subestimada. Objetivo: Avaliar a presença de MBLs em amostras de enterobactérias produtoras de ESBL, por meio de testes fenotípicos. Material e métodos: Isolados bacterianos de origem hospitalar da família Enterobacteriaceae (31 Klebsiella spp., 11 Enterobacter spp., 4 Escherichia coli e 1 Serratia marcescens) produtoras de ESBL, sensíveis ao meropenem e/ou imipenem segundo os critérios do CLSI 2009, foram avaliados quanto à presença de MBLs. Os testes utilizados foram: disco aproximação (DA) com discos de imipenem e ceftazidima próximos a um disco contendo os inibidores de metalo-betalactamase (ácido etilenodiamino tetra-acético – EDTA e ácido 2-mercaptopropiônico – MPA) e disco combinado (DC) com os antimicrobianos imipenem (IMP), meropenem (MER), ertapenem (ERT) e ceftazidima (CAZ) isolados e acrescidos de 10µL de EDTA e 3µL de MPA. Resultados: DC foi o teste com maior positividade, 33 (57,9%) amostras, seguido pelo DA com 18 (31,6%) amostras positivas. Avaliando os dois testes (DA e DC) com inibidores de metalo-betalactamase, pudemos observar os seguintes resultados: 18 (31,6%) amostras foram positivas pelo DA e 16 (28,1%) também foram positivas para pelo menos uma das 4 combinações testadas no disco combinado (≥ 4mm). Duas foram negativas nas 4 combinações. Trinta e seis amostras (63,2%) foram negativas pelo teste de DA, onde 21 delas também foram negativas pelo teste de DC e 15 positivas para o DC (pelo menos 1 resultado positivo ≥ 4mm entre as combinações). Por fim, 2 (3,5%) amostras foram duvidosas pelo disco aproximação e positivas para pelo menos uma das combinações do disco combinado. A detecção de bactérias produtoras de metalo-beta-lactamases não deve ser realizada rotineiramente já que não há evidências de benefício à terapêutica antimicrobiana. No entanto, é preocupante o fato da resistência aos carbapenêmicos não ser evidenciada no teste de sensibilidade de rotina, justamente numa das classes de microrganismos mais prevalente em infecção hospitalar. Além disso, algumas MBLs são carreadas por genes móveis, o que pode aumentar ainda mais sua propagação e comprometer a utilidade futura dos carbapenêmicos para tratamento de infecções graves causadas por bacilos Gram-negativos. Conclusão: A produção de MBL foi elevada em enterobactérias ESBL positivas não resistentes aos cabapenêmicos testados rotineiramente por disco difusão. É evidente a necessidade de testes específicos, como os moleculares, para sua confirmação.  De qualquer maneira, fica a preocupação com a prevalência, se confirmada, ou com a elevada taxa de falso positivo em testes amplamente utilizados pelos laboratórios clínicos de rotina.


Palavras-chave:  enterobactérias, ESBL, metalo-beta-lactamases, testes fenotípicos