Resumo

Chromobacterium violaceum é uma bactéria Gram-negativa, encontrada principalmente no solo e na água de regiões tropicais e subtropicais. É um microrganismo normalmente não patogênico aos humanos, porém, eventualmente, contaminações têm sido relatadas em diversos países. Apesar disso, em suas infecções, apresenta-se como um patógeno de elevada agressividade e poder virulento. No intuito de estudar sua patogenicidade, este trabalho avaliou a produção de fatores de virulência (sideróforos, lecitinase, protease, lipase e hemolisina) e a sensibilidade a antimicrobianos (Polimixina B, Tobramicina, Imipenem, Sulfazotrim, Gentamicina, Canamicina e Ácido Nalidíxico), relacionando-os com as fontes de C. violaceum. Para tanto, utilizaram-se estirpes da coleção do Laboratório de Microbiologia Aplicada, UNIVALI, isoladas da água de rios (n=9) e do solo (n=6). Para a produção dos fatores de virulência, inoculou-se as estirpes em meios de cultura sólidos com seguida incubação em estufa a 30°C. O teste de sensibilidade aos antimicrobianos realizou-se através do Método de Kirby Bauer. Qualificaram-se as linhagens em positivas ou negativas para a produção dos fatores de virulência. E avaliou-se a sensibilidade aos antimicrobianos através da análise multivariada (análise de agrupamentos), utilizando o programa estatístico Statistic, após classificação das estirpes em sensíveis, intermediária e resiste aos antimicrobianos. Verificou-se que apenas a sensibilidade aos antimicrobianos apresentou relação com a fonte de contaminação. E que estirpes do solo (utilizou-se n=3) mostraram-se mais resistentes aos antimicrobianos testados. Acredita-se que isso se deva ao fato de bactérias do solo estarem mais expostas aos antibióticos excretados por competidores comparado ao ambiente aquático, onde há diluição destes compostos. Além disso, essas bactérias são oriundas do solo de plantações de arroz, propiciando maior produção de antibióticos por antagonistas, já que a concentração de nutrientes nestes locais é maior. Entre os antimicrobianos estudados, C. violaceum mostrou-se resistente à Tobramicina, Polimixina B e Imipenem. Assim, conclui-se que a produção dos fatores de virulência independe da fonte de C. violaceum; que estirpes do solo são mais resistentes aos antimicrobianos estudados; e que C. violaceum mostrou-se resistente à Tobramicina, Polimixina B e Imipenem.