II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-037


Poster (Painel)
MH-037CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DE AMOSTRAS DE Streptococcus agalactiae ISOLADAS DE GESTANTES ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO
Autores:Juliana Gomes de Souza (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Profº Paulo de Góes-UFRJ) ; Sergio Eduardo Longo Fracalanzza (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Profº Paulo de Góes-UFRJ) ; Ana Caroline Nunes Botelho (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Profº Paulo de Góes-UFRJ) ; Vanusa Guimarães Dutra (IMPPG/UFRJ - Instituto de Microbiologia Profº Paulo de Góes-UFRJ) ; Penélope Saldanha Marinho (ME-UFRJ - Maternidade-Escola UFRJ) ; Rita Bernadete Ribeiro Guerios Bornia (ME-UFRJ - Maternidade-Escola UFRJ) ; Joffre Amim Júnior (ME-UFRJ - Maternidade-Escola UFRJ)

Resumo

Streptococcus agalactiae (EGB) está presente nas membranas mucosas de seres humanos e animais, colonizando principalmente o trato intestinal e genitourinário de forma assintomática. No entanto, pode ser responsável pela infecção em gestantes, podendo provocar aborto, prematuridade, infecção urinária, entre outros quadros clínicos. No recém-nato, EGB pode causar síndromes precoce ou tardia sendo os principais quadros clínicos bacteremia, pneumonia, meningite e choque séptico.  EGB é identificado por métodos convencionais como teste de CAMP e pela determinação do antígeno polissacarídico do grupo B. A espécie é subdividida em 10 tipos sorológicos (Ia, Ib, II-IX) de acordo com o polissacarídeo capsular. Este trabalho tem como objetivo avaliar a freqüência de colonização de gestantes por S. agalactiae, avaliar as principais características demográficas possivelmente associadas à colonização e realizar a caracterização fenotípica das amostras isoladas. Foram avaliadas mulheres grávidas na 35ª semana de gestação, atendidas na Maternidade Escola da UFRJ, no período de março de 2008 a setembro de 2009. Swab endocervical/anal foi semeado em um caldo seletivo e após incubação 35ºC/24h, o crescimento foi inoculado em placas com o meio de agar sangue e incubado a 35ºC/24h. A presença de colônias com beta-hemólise característica de EGB foi anotada e o teste de CAMP realizado. Foi realizado também o antibiograma por disco difusão e a sorotipagem através da imunodifusão radial dupla. Das 1028 pacientes avaliadas até o momento, 286 (28%) eram colonizadas pelo S. agalactiae. Do total de amostras analisadas até agora (196), todas foram sensíveis a ampicilina e cefotaxima. Três amostras foram resistentes à eritromicina e clindamicina, e uma ao cloranfenicol. Duas amostras tiveram resistência intermediária à levofloxacina e seis a eritromicina. Resistência para tetraciclina foi verificada em 45,6% das amostras. Um subgrupo de 176 amostras foi sorotipado: tipo Ia (54%), seguidos dos tipos II (21%), V (10,8%), III (6,3%), Ib (5,1%) e IV (2,8%). Os dados obtidos evidenciam uma alta taxa de colonização pelo S. agalactiae nas gestantes demonstrando a importância da realização deste controle para a prevenção da infecção neonatal, e a necessidade da pesquisa do tipo sorológico, informação fundamental para o desenvolvimento e utilização de futuras vacinas.


Palavras-chave:  Antibiograma, Gestantes, Neonatos, Streptococcus agalactiae