II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-008


Poster (Painel)
MH-008Caracterização de Staphylococcus aureus resistente à meticilina isolado de pacientes com câncer em hospital do Rio de Janeiro
Autores:Ianick Souto Martins (UFF - DIP/Faculdade de Medicina) ; Viviane Santos de Sousa (UFRJ - Microbiologia Médica/IMPPG) ; Beatriz Meurer Moreira (UFRJ - Microbiologia Médica/IMPPG) ; Renata Fernandes Rabello (UFF - Microbiologia e Parasitologia/Instituto Biomédico)

Resumo

Staphylococcus aureus é um importante patógeno responsável por diferentes infecções tanto em unidades de saúde quanto na comunidade. A emergência de infecções causadas por cepas multirresistentes, como S. aureus resistente à meticilina (MRSA), traz uma grande preocupação, principalmente em pacientes com doenças de base como o câncer. No presente estudo, foram caracterizadas amostras de MRSA isoladas de 17 pacientes com câncer atendidos entre os anos de 2007 e 2009,  em hospital no Rio de Janeiro. As amostras foram submetidas ao teste de disco difusão para determinação da susceptibilidade a vários antimicrobianos; a concentração inibitória mínima (CIM) de vancomicina foi determinada em E-teste e microdiluição (MCD) e a resistência à meticilina foi confirmada em PCR para o gene mecA. A composição clonal foi determinada por tipagem do SCCmec e PFGE. O gene mecA estava presente em todas as amostras. Além da resistência aos beta-lactâmicos, foi observada resistência aos seguintes antimicrobianos: eritromicina (n = 15), clindamicina (n = 10), ciprofloxacina (n = 8), sulfazotrim (n =4), norfloxacina (n = 2), bacitracina (n =1), gentamicina (n = 1), tetraciclina (n =1), linezolida (n =1) e rifampicina (n = 1). As amostras apresentaram resistência até sete antimicrobianos não beta-lactâmicos. Todas as amostras revelaram susceptibilidade à vancomicina (CIM = 1,0 a 1,5 mg/mL). A maioria das amostras de MRSA apresentaram SCCmec do tipo IV (n = 11, 65%), seguido pelos tipos III (n = 4, 24%) e II (n= 2, 11%). Três amostras (todas com SCCmec III) apresentaram perfil de PFGE indistintos, diferindo em apenas três bandas do Clone Brasileiro. Uma amostra apresentou perfil indistinguível do Clone Pediátrico e outras três amostras revelaram perfis de até duas bandas diferentes dos clones USA400 e Nova York/Japão. Evidenciamos no presente estudo a disseminação de 4 clones de MRSA de grande importância epidemiológica entre pacientes com câncer.


Palavras-chave:  câncer, epidemiologia molecular, MRSA