II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-007


Poster (Painel)
MH-007

DISSEMINAÇÃO CLONAL DE Pseudomonas aeruginosa PRODUTORA DE METALO-BETA-LACTAMASE SPM-1 EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Autores:Renata Galetti (FCFRP-USP - Faculdade Ciências Farmacêuticas Ribeirão Preto - USP) ; Eduardo Carneiro Climaco (FCFRP-USP - Faculdade Ciências Farmacêuticas Ribeirão Preto - USP) ; Leonardo Neves Andrade (FCFRP-USP - Faculdade Ciências Farmacêuticas Ribeirão Preto - USP) ; Joseane Cristina Ferreira (FCFRP-USP - Faculdade Ciências Farmacêuticas Ribeirão Preto - USP) ; Ana Lucia Costa Darini (FCFRP-USP - Faculdade Ciências Farmacêuticas Ribeirão Preto - USP)

Resumo

INTRODUÇÃO: As metalo-beta-lactamases (MBL) são carbapenemases que conferem, às bactérias, resistência às cefalosporinas, penicilinas e carbapenêmicos, mas não conferem resistência ao aztreonam. Esta atividade é inibida pelo ácido etileno-diamino tetracético (EDTA) e pelo mercapto-propiônico (MPA), porém não são inibidas pelos inibidores de β-lactamases clássicos (ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam). Atualmente são conhecidas nove subclasses de MBL: IMP, VIM, SPM, GIM, SIM, AIM, KHM, NDM e DIM. Essas enzimas tornaram-se clinicamente importantes, principalmente, em Pseudomonas spp., Acinetobacter spp., e alguns gêneros da família Enterobacteriaceae. O principal objetivo desse trabalho foi estudar a produção de MBL por P. aeruginosa isoladas de pacientes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) no período de abril a agosto de 2007. MATERIAIS E MÉTODOS: 75 P. aeruginosa isoladas neste período foram submetidas ao teste fenotípico de aproximação de discos para a produção de MBL. Os isolados positivos neste teste foram submetidos à PCR e sequenciamento para detecção molecular de genes MBL e também à PFGE para a identificação da relação clonal entre esses isolados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De 75 P. aeruginosa estudadas, 35 foram positivas na detecção fenotípica para MBL e 13 apresentaram o gene blaSPM-1 detectado por PCR e confirmado pelo seqüenciamento. De 13 P. aeruginosa que apresentaram o gene blaSPM-1, 12 pertencem ao mesmo grupo clonal. A baixa correlação entre o teste fenotípico e molecular pode ser explicada pela capacidade que o EDTA possui de aumentar a permeabilidade da membrana celular permitindo a passagem do antibiótico para o interior da bactéria. A diferença entre o número de isolados resistentes aos carbapenêmicos e os que apresentaram o gene MBL pode ser devido pela associação de outros mecanismos de resistência, como hiperprodução de AmpC, redução da expressão de porinas e/ou aumento do efluxo de antibióticos. CONCLUSÃO: Foi encontrado apenas o gene blaSPM-1 nos isolados estudados, e a disseminação desse gene de resistência em P. aeruginosa no HCFMRP-USP está relacionada à presença de um clone endêmico.


Palavras-chave:  infecção hospitalar, metalo-beta-lactamase, Pseudomonas, resistência