II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-004


Poster (Painel)
MH-004MONITORAMENTO DE FUNGOS TOXIGÊNICOS EM PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE MANAUS-AMAZONAS-BRASIL
Autores:Carla Silvana Santos (FMTAM - Fundação de Medicina Tropical do AmazonasUFAM - Universidade Federal do Amazonas) ; Maria Francisca Simas Teixeira (UFAM - Universidade Federal do Amazonas)

Resumo

As plantas medicinais são consumidas mundialmente como remédio caseiro e matéria prima na industria farmacêutica. Nas últimas décadas, o uso de ervas medicinais, o valor econômico e social tem aumentado significativamente. A ausência de estudos para verificar a presença de fungos em plantas medicinais na Amazônia contribuiu para a realização deste estudo que tem como objetivo verificar a ocorrência de fungos, detectar e analisar a presença de biocompostos extracelulares com características de micotoxinas de espécies de Aspergillus, Penicillium e Fusarium. Nas feiras e mercados de grandes porte comercial das zonas Norte, Sul, Leste, Oeste, Centro-Oeste e Centro-Sul da cidade de Manaus, Amazonas-Brasil foi adquirida, aleatoriamente, uma amostra composta de cada planta medicinal [cidreira (Melissa officinalis L.), crajirú (Arrabidaea chica Verl), mirantã (Pthychipetalum olacoides Benth) e sacaca ( Croton cajucara Benth)]. De cada amostra triturada, retirou-se um grama para ser misturado em 49 ml de água destilada esterilizada adicionada de polissorbato 80 0,5% (p/v). Da diluição 10-3 foi retirado 1 ml para ser semeado na superfície de ágar Sabourand com cloranfenicol (0,05g) e Rosa de Bengala 0,025% (p/v), em triplicata. O crescimento dos fungos a 250C foi acompanhado, a cada 24 horas por 5 dias. Ocorrido o crescimento dos fungos, realizou-se a técnica de microcultivo em lâmina. E a identificação das espécies foi fundamentada na morfologia macroscópica das colônias e no estudo dos órgãos vegetativos e de frutificação, utilizando lactofenol Azul de Algodão como corante. O quantitativo de unidades formadoras de colônias (UFC) foi determinado por grama de produto. Das 24 amostras comerciais de sacaca, cidreira, mirantã e crajirú resultaram no isolamento de 758x103 UFC/g de produto. Em média, o quantitativo de UFC/g de produto variou entre 1 a 346x103 . Crajirú (45,65%) e sacaca (13,2%), da Zona Leste e Oeste apresentaram maior porcentagem de contaminação. Das plantas medicinais foram isolados, Aspergillus sp. (41,6%), Penicillium sp. (41,6%), Paecilomyces sp. (5,90%), Cladosporium sp. (4,8%), Trichoderma sp. (1,2%), não ocorrendo Fusarium sp. Eupenicillium sp. (1,2%) foi o único representante dos Filo Ascomycota. Penicillium janthinellum (14,3%) e Aspergillus flavus (10,7%) foram os contaminantes de maior frequencia. Aspergillus flavus e A. parasiticus são aflatoxigênicos, em condições in vitro. Outros micotoxigênicos e respectivas micotoxinas foram A. niger var. niger (Ocratoxina A), A. niger (Ocratoxina A e citrinina), A. versicolor (citrinina e zearalenona), P. canescens (Ocratoxina A), P. janthinellum (citrinina), P. melinii (ocratoxina A), P. miczynskii (ocratoxina A), P. simplicissimum (ácido penicílico). As plantas medicinais analisadas apresentaram qualidade higiênica inadequada para consumo humano devido a presença do quantitativo de esporos de fungos, como Aspergillus flavus  e A. parasiticus produtores de aflatoxinas.

Palavras chaves: Micotoxinas, fungos e plantas medicinais

Instituição UFAM


Palavras-chave:  Plantas medicinais, micotoxinas, fungos, ervas medicinais, Manaus-Amazonas