II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-045


Poster (Painel)
MH-045

CLSI, Beta Lactamases de Espectro Ampliado e Enterobactérias - Até que ponto estamos acertando?

Autores:Lisandra Silvani Massi (HSLPUC - Hospital São Lucas da PUCRS) ; Aline Gehlen Dall Bello (HSLPUC - Hospital São Lucas da PUCRS) ; Silvana Superti (HSLPUC - Hospital São Lucas da PUCRS) ; Fabiana Soares (HSLPUC - Hospital São Lucas da PUCRS) ; Vany Elisa Pagnussatti (HSLPUC - Hospital São Lucas da PUCRS)

Resumo

Enterobactérias produtoras de beta lactamases de espectro ampliado (ESBL) são bastante prevalentes em nosso meio, especialmente no ambiente hospitalar. A correta detecção da presença destas enzimas em um isolado clínico é de fundamental importância, uma vez que sua presença requer uma diferente abordagem terapêutica. O documento M100 S-20 do CLSI propõe uma mudança nos pontos de corte para as cefalosporinas, dispensando o teste de detecção destas enzimas. O objetivo do nosso estudo foi avaliar o impacto desta mudança nos resultados liberados pelo laboratório em amostras de nossa rotina de trabalho.

Foram incluídos no estudo 45 isolados de enterobactérias, sendo 18 Escherichia coli, 27 Klebsiella pneumoniae, identificados pelo sistema Vitek2 (Biomerieux), com teste de triagem positivo para a presença de ESBL, isolados de diferentes amostras clínicas, em um hospital terciário na cidade de Porto Alegre RS. Como teste confirmatório foi utilizado o método dos discos combinados, empregando discos de ceftazidima e cefotaxima com e sem a adição de ácido clavulânico, conforme preconizado pelo CLSI. Após esta caracterização, os pontos de cortes propostos pelo documento CLSI 2010 para as cefalosporinas (ceftazidima, cefotaxima, ceftriaxona e cefepime) e aztreonam foram aplicados em todos isolados caracterizados anteriormente como produtores de ESBL.

Entre os 45 isolados incluídos, 40 foram positivos para de ESBL (89), 15 (33,3%) foram caracterizados como susceptíveis a pelo menos um antibiótico beta lactâmico, quando aplicado o novo critério. Não há evidências suficientes demonstrando que infecções causadas por enterobactérias produtoras de ESBL possam ser tratadas com antibiótico beta lactâmico, exceto os carbapenêmicos. Por este motivo, um isolado em que tenha sido detectada a presença destas enzimas, deve ser reportado pelo laboratório como resistente a todos os beta lactâmicos, exceto os carbapenêmicos. O documento atual do CLSI recomenda que a extrapolação de resultados não seja realizada.

Aplicando em nossas amostras os novos critérios propostos, um número considerável de isolados, que seria reportado como resistente, devido ao fato de o teste confirmatório para ESBL ter sido positivo, teria que ser liberado como susceptível, gerando um erro grave. Esta é uma mudança equivocada em nossa avaliação, sob pena de um impacto negativo na evolução clínica do paciente.


Palavras-chave:  ESBL, CLSI, Cefalosporinas, Enterobactérias