II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-027


Poster (Painel)
MH-027PERFIL DE ANTICORPOS SÉRICOS E SALIVARES CONTRA ANTÍGENO GLICOFENÓLICO (PGL1) DE Mycobacterium leprae EM CONTACTANTES DE PACIENTES COM HANSENÍASE
Autores:Paula Brito E Cabral (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Aparecida Tiemi Nagao Dias (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Thially Braga Goçalves (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Mariana Oliveira Arruda (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Francisco Fábio Martins de Oliveira (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ)

Resumo

A hanseníase, doença infecciosa de evolução crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, ainda é considerada um sério problema de saúde pública, no Brasil, uma vez que a taxa de detecção não decresceu nos últimos anos, provavelmente pelo fato de indivíduos bacilíferos não diagnosticados serem, possivelmente, os responsáveis pela transmissão do M. leprae. Este fato reforça a necessidade de se aplicar testes que possam identificar tais indivíduos e dessa forma, quebrar a cadeia de transmissão da doença. Dessa forma, o presente trabalho avaliou a resposta imune humoral, sérica e salivar, contra o Mycobacterium leprae, em contactantes intradomiciliares de pacientes com hanseníase. Sessenta e três contactantes intradomiciliares de vinte pacientes com hanseníase das cidades de Crato, Caucaia e Maracanaú, cidades endêmicas da doença no Ceará, foram submetidos aos testes sorológicos. As amostras foram analisadas por ensaio imunoenzimático em fase sólida, onde se pesquisou a presença de IgG anti-PGL1 no soro e IgA e IgM anti-PGL1 na saliva.  Uma vez que o PGL1(antígeno glicolipí­dio fenólico) é considerado específico do Mycobacterium leprae, a presença de anticorpos anti-PGL1 vem a ser um marcador de exposição do indiví­duo ao bacilo. Estudos têm demonstrado que a presença de anticorpos anti-PGL de M. leprae em soro de contactantes representa 7,5 vezes mais risco de desenvolvimento da doença, enquanto que o uso de IgA anti-PGL na saliva tem sido visto como marcador de exposição ao bacilo. A positividade para os anticorpos salivares, IgA e IgM anti-PGL1, entre os contactantes de pacientes com a forma MB, foi verificada em 82,8% dos casos. Entre os contactantes de pacientes com a forma PB, esse resultado foi encontrado em 42,8%. Em relação à dosagem de IgG sérica anti-PGL1 entre os contactantes de pacientes com a forma MB, 5,7% foram positivos. Já entre os contactantes de pacientes com a forma PB, 17,8% foram positivos. Os resultados indicam a necessidade de se investigar não apenas contactantes de pacientes com a forma multibacilar, mas também com a forma paucibacilar.


Palavras-chave:  Mycobacterium leprae, anticorpo sérico, antígeno glicofenólico