II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-021


Poster (Painel)
MH-021PCR Real Time para detecção da PVL em isolados de Staphylococcus aureus resistentes a meticilina adquiridos na comunidade (CA-MRSA)
Autores:Ana Paula Becker (UFCSPA - Uniiv. Fed. Ciências Saúde Porto Alegre) ; Vlademir Cantareli (FEEVALE - Centro Universitário Feevale) ; Paulo Guilherme Markus Lopes (UFCSPA - Uniiv. Fed. Ciências Saúde Porto Alegre) ; Cícero Dias (UFCSPA - Uniiv. Fed. Ciências Saúde Porto Alegre) ; Pedro Alves D'azevedo (UFCSPA - Uniiv. Fed. Ciências Saúde Porto Alegre)

Resumo

A epidemiologia do Staphylococcus aureus tem mudado radicalmente desde 1999, em particular S. aureus resistente à meticilina (MRSA), originalmente restritos ao hospital, tem emergido como um patógeno significante na comunidade e infecções por MRSA adquirido na comunidade (CA-MRSA) tem sido reportadas em pacientes sem os fatores de risco estabelecidos. Isolados CA-MRSA frequentemente produzem Panton-Valentine leucocidina (PVL). PVL é uma exotoxina formadora de poros secretada por Staphylococcus aureus, que age na membrana celular por sinergia com duas proteínas formando um poro. A PVL recentemente foi encontrada presente numa prevalência muito baixa (0.6%) em carreadores sadios mas presente num número significativamente maior de amostras (38.9%) causando patologias como abscessos e artrite. Sendo assim, a rápida detecção do gene da PVL pode ser uma ferramenta de valor inestimável no diagnóstico laboratorial. O objetivo desse estudo é testar amostras MRSA para o gene da PVL por PCR Real Time em amostras de diferentes sítios.O estudo foi realizado com amostras CA-MRSA obtidas do Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre, RS no período de agosto de 2007 a maio de 2009. As amostras foram previamente testadas para o gene mecA e avaliadas baseadas nos dados epidemiológicos para os fatores de risco associados à aquisição de MRSA. O PCR Real Time foi realizado utilizando os genes LukS-PV e LukF-PV utilizando um LightCycler (Roche). Foram testadas 35 amostras provenientes dos seguintes sítios: abscesso, foliculite, celulite, furúnculo, lesão superficial de pele, líquido sinovial, aspirado traqueal, secreção nasal e sangue. 23 amostras (65,7%) foram positivas para os genes luk-S e luk-F e 13 (34,3%) PVL-negativas. Das amostras positivas, 91,3% eram provenintes de pele e tecidos moles (abscesso, foliculite, celulite, furúnculo e lesão superficial de pele). Esse estudo, bem como estudos prévios, mostra que a maioria dos isolados S. aureus responsáveis por infecções primárias de pele e tecidos moles carregam o gene da PVL. Esses achados sugerem que a presença da PVL influencia nas manifestações das lesões de pele e teicdos moles e contribui para diferenciar infecções por CA-MRSA. A presença do gene da PVL implica na formação de abscessos, mas não na bacteremia. Bacteremia é provavelmente está relacionada à outros fatores de virulência que não foram estudados.Esses dados representam um problema emergente: a disseminação de isolados S. aureus PVL-positivos na comunidade.


Palavras-chave:  PCR real time, Panton-Valentine leucocidina, CA-MRSA