II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-029


Poster (Painel)
MH-029Avaliação da sensibilidade ao ácido fusídico em isolados MRSA obtidos de pacientes colonizados e infectados de um hospital de Porto Alegre, RS
Autores:Fernanda Rossato (UFCSPA - Uniiv. Fed. Ciências Saúde Porto Alegre) ; Ana Paula Becker (UFCSPA - Uniiv. Fed. Ciências Saúde Porto AlegreHMD - Hospital Mãe de Deus) ; Paulo Guilherme Markus Lopes (UFCSPA - Uniiv. Fed. Ciências Saúde Porto Alegre) ; Cícero Dias (UFCSPA - Uniiv. Fed. Ciências Saúde Porto Alegre) ; Pedro Alves D'azevedo (UFCSPA - Uniiv. Fed. Ciências Saúde Porto Alegre)

Resumo

Acido fusídico é um agente antimicrobiano tópico que tem sido usados, principalmente na Europa e Canadá, para descolonização de pacientes portadores de Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA). No entanto, a prevalência da resistência a esse agente em isolados MRSA tem aumentado em muitas partes do mundo. Alguns centros de saúde, principalmente na França, recomendam que uma barreira de precaução deve ser implementada para pacientes colonizados ou infectados por MRSA, mas não há um consenso sobre a descolonização nasal de MRSA. Além disso, há uma preocupação crescente sobre a eficácia reduzida do ácido fusídico. Relatou-se um aumento do número de isolados resistentes ao ácido fusídico na Europa numa epidemia de isolados MRSA nos últimos 10 anos. O objetivo desse estudo foi determinar a susceptibilidade ao ácido fusídico em isolados obtidos de pacientes colonizados e infectados por MRSA de um hospital de Porto Alegre. Para isso, foram obtidos 2723 swabs nasais e 60 amostras de diferentes sítios durante 03 anos. A resistência a meticilina foi verificada e confirmada por PCR (mecA). A resistência ao ácido fusídico foi verificada pelo método de disco-difusão e a padronização do disco de ácido fusídico estabelecida pelo British Society for Antimicrobial Chemotherapy (BSAC). Dos isolados MRSA obtidos de swab nasais apenas 15% apresentaram-se sensíveis ao ácido fusídico. Já os isolados MRSA obtidos de pacientes infectados, 100% apresentaram sensibilidade ao ácido fusídico. A triagem da resistência ao ácido fusídico deve ser confirmada por métodos genéticos como PCR para o gene fusB. O gene fusB altera a proteína alvo do fator de elongação G (EF-G) por substituição de aminoácidos específicos, o que confere resistência ao ácido fusídico. Este é o principal mecanismo de resistência, seguido da resistência mediada por plasmídeos, que acredita-se ser devido à diminuição da permeabilidade da membrana da parede bacteriana. Neste estudo observamos que a maioria dos MRSA encontrados colonizando os pacientes são resistentes ao ácido fusídico, já os isolados MRSA tidos como potenciais patógenos na mesma instituição apresentaram sensibilidade ao ácido fusídico, tais dados sugerem que a pressão seletiva decorrente do uso de formulações tópicas de ácido fusídico na comunidade contribui para o aumento de resistência, e que esta resistência é devido à diminuição da permeabilidade da membrana, visto que os isolados tidos como patógenos na mesma instituição não apresentaram o mesmo perfil. Tal dado deve ser confirmado por PCR para o gene fusB.Apoio financeiro: CNPq


Palavras-chave:  ácido fusídico, sensibilidade, MRSA