Resumo

Introdução: Infecções nosocomiais por espécies de Candida têm se tornado crescentes na última década, sobretudo em pacientes imunocomprometidos, como os portadores de neoplasias malignas. Em diversos estudos brasileiros, C. tropicalis é apontada como a espécie não-albicans mais freqüente em infecções da corrente sanguínea. Entre os agentes antifúngicos usados no tratamento dessas, o fluconazol, um composto azólico, tem sido amplamente utilizado, sobretudo na profilaxia das candidíases, entretanto, o uso profilático indiscriminado vem promovendo a resistência das cepas, contribuindo para falha terapêutica. Objetivos: Analisar o perfil de susceptibilidade antifúngica dos isolados de C. tropicalis frente ao fluconazol. Material e Métodos: Foram avaliados, quanto à susceptibilidade antifúngica, seis isolados de C. tropicalis obtidos de diversas amostras clínicas (sangue, secreção traqueal e urina) de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva de dois hospitais da rede pública de Recife, Pernambuco. O teste de susceptibilidade ao fluconazol foi realizado pelo método de microdiluição em caldo de acordo com o documento M27A3 do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), na faixa de concentração entre 0.12µg/mL a 64µg/mL, obtendo-se as concentrações inibitórias mínimas (CIM) dos isolados. Resultados e Discussão: Todos os isolados de C. tropicalis obtiveram CIM de 64 µg/mL, sendo considerados resistentes ao fluconazol. A ocorrência de resistência ao fluconazol por C. tropicalis é variável, dependendo da região e dos hospitais onde os isolados são obtidos. No entanto é possível observar que na maioria das pesquisas tem sido mostrado o aumento do número de cepas resistentes, principalmente em hospitais que fazem uso amplo de fluconazol como droga profilática. Conclusão: Isolados de C. tropicalis têm mostrado alta resistência ao fluconazol devido, sobretudo, ao uso indiscriminado deste antifúngico.