II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-007


Poster (Painel)
MH-007

ENDOCARDITE FÚNGICA E PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE ANTIFÚNGICA DOS ISOLADOS

Autores:Ana Maria Rabelo de Carvalho Parahym (UFPE - Depart. de Micologia,Universidade Federal de Pernambuco) ; Carolina Maria da Silva (UFPE - Depart. de Micologia,Universidade Federal de Pernambuco) ; Igor de Farias Domingos (UFPE - Depart. de Micologia,Universidade Federal de Pernambuco) ; Adriano Assis Mendes (PROCAPE - Pronto Socorro Cardiológico) ; Diana Lamprea Sepulveda (PROCAPE - Pronto Socorro Cardiológico) ; Rejane Pereira Neves (UFPE - Depart. de Micologia,Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo

Introdução: As endocardites por espécies de Candida são raras e geralmente fatais, sendo causadas principalmente por C. albicans, no entanto, outras espécies podem estar envolvidas. Entre os fatores predisponentes destacam-se o uso de próteses cardíacas valvares, ocorrendo freqüentemente formação de vegetações. Estas infecções do endocárdio apresentam alto risco de embolização séptica e taxas de mortalidade de aproximadamente 40%. Dessa forma o presente trabalho tem a finalidade de relatar três casos de endocardite fúngica e avaliar o perfil de susceptibilidade antifúngica dos agentes etiológicos. Materiais e Métodos: Em três pacientes do sexo masculino, portadores de próteses cardíacas, foram visualizadas vegetações valvares no ecocardiograma transesofágico, as quais foram removidas cirurgicamente e encaminhadas ao Laboratório de Micologia Médica da Universidade Federal de Pernambuco. O diagnóstico micológico foi procedido através do exame direto e cultura. Em seguida foi avaliado o perfil de susceptibilidade antifúngica dos isolados pelo método de microdiluição em caldo de acordo com o documento M27A3 do Clinical and Laboratory Standards Institute, frente aos antifúngicos fluconazol (FLU), anfotericina B (AMB), voriconazol (VOR) e anidulafungina (ANID) obtendo-se as concentrações inibitórias mínimas (CIM). Resultados e Discussão: O diagnóstico micológico foi baseado na detecção ao exame direto de numerosas células de levedura e no isolamento de Candida identificada em dois pacientes como C. parapsilosis e em um como C. tropicalis. Os isolados de C. parapsilosis foram sensíveis a todos os antifúngicos testados e o de C. tropicalis sensível apenas a AMB e ANI. A elevada concentração inibitória mínima de alguns isolados de Candida a derivados azólicos como o FLU é frequentemente relatada, no entanto ao VOR é rara, ressaltando assim a importância da realização do antifungigrama, devido à crescente mudança no perfil de resistência, antifúngica. Dois pacientes foram a óbito devido à disseminação fúngica provocada pelo diagnóstico e tratamento tardios e um que apresentava infecção por C. parapsilosis foi tratado com êxito com ANI e posteriormente AMB. Conclusão: A detecção do perfil de susceptibilidade antifúngica é importante a fim de auxiliar na instituição da terapêutica adequada e melhorar o prognóstico das endocardites fúngicas.


Palavras-chave:  Candida spp., Endocardite, Susceptibilidade antifúngica