Resumo

Staphylococcus aureus é um patógeno hemano oportunista e frequentemente associado a infecções adquiridas na comunidade e no ambiente hospitalar. Amostras deste microrganismo podem ser responsáveis por uma variedade de infecções , inclusive da corrente sanguínea, geralmente associada ao uso de cateteres. O tratamento destas infecções tem se tornado cada vez mais difícil devido à expressão de mecanismo de resistência, sendo importante causa de morbi-mortalidade no ambiente hospitalar. Amostras obtidas de espécimes clínicos procedentes da comunidade, por sua vez, têm apresentado perfil de resistência a oxacilina (ORSA), mas com sensibilidade a outros agentes antimicrobianos. O presente estudo teve como objetivo investigar a frequência de isolamento de S. aureus resistente a oxacilina proveniente de hemocultura de pacientes internados no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (UFRJ), no período de janeiro a dezembro de 2009. Neste período, foram analisadas 569 amostras, tendo sido utilizado como critério de inclusão 01 frasco por paciente em cada episódio de bacteremia. Todas as amostras foram processadas através do sistema Bact-Alert (BioMériex). De 569 amostras investigadas, 90 (16%) foram caracterizadas como bactérias Gram-positivas aeróbias. Deste total, 52 (58%) amostras foram identificadas como S. aureus, sendo que 35 (67%) revelaram-se sensíveis a oxacilina e 17 (33%) mostraram-se resistentes a esse antibiótico. As 17 amostras ORSA detectadas apresentaram um perfil de susceptibilidade variado em relação a outros agentes antimicrobianos testados, mas com importante padrão de resistência aos macrolídeos e quinolonas. Considerando-se a frequência de isolamento de ORSA observada, o percentual (33%) foi considerado baixo quando comparado com outros dados da literatura. Entretanto, os 17 pacientes infectados por estas cepas evoluiram ao óbito. Assim sendo, o isolameno deste microrganismo é de extrema relevância devido ao alto índice de mortalidade e dificuldade de tratamento. Neste contexto, estudos de tipificação se fazem necessários para melhor entendimento da epidemiologia molecular de S. aureus resistente a oxacilina.