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MH-001 | Impacto das modificações do CLSI 2010 no teste de sensibilidade de Enterobactérias produtoras de ESBL | Autores: | Keite da Silva Nogueira (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) ; Jussara Kasuko Palmeiro (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) ; Laura Lúcia Cogo (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) ; Alessandra Vale Daur (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) ; Iara Messias Taborda Reason (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) ; Libera Maria Dalla Costa (HC-UFPR - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) |
Resumo Entre os anos de 2005 e 2009 o CLSI recomendou a pesquisa de beta-lactamases de espectro estendido (ESBL) em todos os isolados clínicos de K. pneumoniae, K. oxytoca, E. coli e P. mirabilis e também, que todos os isolados com teste positivo deveriam ser reportados como resistentes a todas as cefalosporinas, independente do resultado obtido no antibiograma. Ao mesmo tempo, as ESBLs se disseminaram entre outras espécies de Enterobactérias, e muitos laboratórios optaram pela adoção do mesmo critério nas mesmas. Em 2010, com base em estudos de farmacodinâmica e farmacocinética, o CLSI reduziu os pontos de corte das cefalosporinas de terceira geração, manteve os das de quarta e sugeriu que os resultados do antibiograma não fossem mais alterados em função da presença de ESBL. O objetivo do presente trabalho foi avaliar um grupo significativo de Enterobactérias produtoras de ESBL quanto à sensibilidade a cefalosporinas usando os novos pontos de corte e o impacto dessas mudanças nos testes de sensibilidade. Para isso foram selecionadas 280 amostras de Enterobactérias produtoras de ESBL, com diferentes padrões genéticos obtidos por PFGE, cujos genes blaCTX-M, blaTEM e blaSHV foram amplificados por PCR e identificados por seqüenciamento. Os testes de sensibilidade foram realizados pelos métodos de microdilução em agar e disco difusão segundo padronização do CLSI e também por E-test segundo recomendações do fabricante. Entre as amostras testadas, 34 foram sensíveis ao cefepime, 19 foram sensíveis a ceftazidima e 11 foram sensíveis a ceftriaxona. Sendo que para o cefepime, 27 amostras têm CIM entre 1-8 µg/mL. Todas essas amostras seriam consideradas resistentes até o ano passado e agora são consideradas sensíveis a esses antimicrobianos. Nossa principal preocupação é quanto à eficácia clínica das cefalosporinas no tratamento dessas infecções, especialmente no caso do cefepime, para o qual não houve alterações de ponto de corte, e os estudos são discrepantes para isolados com CIM entre 1-8µg/mL. Mais estudos clínicos são necessários antes de uma conclusão definitiva, mas consideramos que a detecção de ESBL ainda deve ser realizada e relatada para o clínico, com um alerta da possível falha terapêutica usando esses antimicrobianos, especialmente no caso do cefepime, para o qual não houve mudança no ponto de corte.
Palavras-chave: CLSI, Enterobactérias, ESBL |