II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-006


Poster (Painel)
MH-006POLIMORFISMO GENÉTICO EM Acinetobacter baumannii PRODUTORES DE OXA-23 EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO RIO DE JANEIRO
Autores:Beathriz Godoy Vilela Barbosa (DMIP-UERJ - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA) ; Robson de Souza Leão (DMIP-UERJ - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA) ; Alex Guerra Ferreira (DMIP-UERJ - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA) ; Ana Paula D'alincourt Carvalho-assef (LAPIH-FIOCRUZ - LABORATÓRIO DE PESQUISA EM INFECÇÃO HOSPITALAR) ; Elizabeth Andrade Marques (DMIP-UERJ - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIAHUPE - UERJ - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO)

Resumo

Acinetobacter baumannii é um patógeno de relevância no ambiente hospitalar, especialmente em pacientes internados em unidades críticas. A produção da enzima OXA-23 por Acinetobacter spp é um dos principais mecanismos de resistência aos carbapenêmicos. Surtos de A. baumanni produtoras de OXA-23 foram descritos em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. Em estudos anteriores caracterizamos um surto por A. baumannii resistente aos carbapenêmicos (AbRC) produtores de OXA-23, em nossa instituição. O clone prevalente envolvido no surto pertencia ao mesmo grupo clonal de amostras descritas em surtos de diferentes hospitais do Rio de Janeiro. Com o objetivo de avaliarmos a dinâmica de colonização/infecção por AbRC em pacientes internados por períodos prolongados, avaliamos a diversidade genética entre cepas de AbRC isoladas de pacientes com pelo menos 2 meses de hospitalização no CTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Foram avaliadas 24 amostras de três pacientes entre maio e outubro de 2009, obtidas de diversos espécimes clínicos. As amostras foram identificadas como A. baumannii por métodos fenotípicos seguido da amplificação de produto compatível com o gene blaOXA-51-like. Todas as amostras apresentaram resistência aos carbapenêmicos e amplificaram o gene blaOXA-23-like pela PCR. A tipagem molecular por PFGE mostrou 6 clones (A-F). Apenas um dos clones foi compartilhado entre dois pacientes (A), sendo encontrado em diversos espécimes clínicos dos pacientes 1 e 2. Os demais foram exclusivos para um único paciente. Durante o período de internação houve a substituição por grupos clonais distintos: os clones D e E foram recuperados respectivamente de sangue e secreção traqueal, do paciente 3 e os clones A e C de diferentes espécimes clínicos do paciente 1. Observamos também a persistência de um clone no mesmo indivíduo (clone B no paciente 2). Os perfis encontrados foram distintos do clone circulante descrito no Rio de Janeiro. A presença de AbRC produtores de OXA-23 de diferentes grupos clonais no mesmo paciente em longos períodos de internação, sugere a aquisição de AbCR de fontes ambientais e enfatiza a necessidade de controle do uso de carbapenêmicos e prevenção da disseminação desses microrganismos no ambiente hospitalar.


Palavras-chave:  A. baumannii, Carbapenêmicos, Genotipagem, OXA-23