II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-018


Poster (Painel)
MH-018OCORRÊNCIA DE Acinetobacter spp. EM PACIENTES COM FIBROSE CÍSTICA: RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS E RELAÇÃO CLONAL
Autores:Géssica de Araújo Rocha (UERJ - Microbiologia / Universidade do estado do Rio de Janeiro) ; Rosana Helena Vicente Pereira (UERJ - Microbiologia / Universidade do estado do Rio de Janeiro) ; Alex Guerra Ferreira (UERJ - Microbiologia / Universidade do estado do Rio de Janeiro) ; Erica Aparecida dos Santos (UERJ - Hospital Universitário Pedro Ernesto / UERJ) ; Ana Paula D'alincourt Carvalho Assef (FIOCRUZ - Lab. de Pesquisa em Infecção Hospitalar / FIOCRUZ) ; Elizabeth de Andrade Marques (UERJ - Microbiologia / Universidade do estado do Rio de Janeiro)

Resumo

Acinetobacter baumannii é um patógeno importante em infecções hospitalares. Em pacientes com Fibrose Cística (FC), seu isolamento é infrequente, porém, observa-se um aumento na sua frequência em alguns centros hospitalares, em especial nas instituições com descrição de surtos por A. baumannii multirresistentes (MDR) em pacientes não-fibrocísticos. O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência de Acinetobacter spp. em pacientes com FC; avaliar o perfil de suscetibilidade aos principais antimicrobianos utilizados na prática clínica; pesquisar a presença das enzimas OXA-23 e OXA-51 por PCR e analisar o polimorfismo genético das amostras por técnica de PFGE. As amostras foram obtidas de pacientes assistidos em 2 centros de referência para FC no Rio de Janeiro, Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) e Instituto Fernandes Figueira (IFF), que tiveram pelo menos 1 cultura positiva para Acinetobacter spp. no período de 2005 a 2010. Os resultados das provas fenotípicas identificaram 39 Acinetobacter spp. em 30 pacientes. Apenas 21 foram OXA-51 positivas, sendo identificadas como A. baumannii. A maioria foi sensível aos antimicrobianos e apenas 2 cepas de A. baumannii, ambas do HUPE (instituição com descrição de surto por cepa produtora de OXA-23), foram MDR, incluindo resistência aos carbapenêmicos, sendo as únicas positivas para OXA-23. A análise do polimorfismo genético das 39 amostras de Acinetobacter spp. mostrou grande diversidade clonal, sem nenhum clone amplamente disseminado entre os pacientes. Dezenove perfis foram clones únicos por pacientes. Dois foram compartilhados entre pacientes distintos e eram A. não baumannii. Estes foram observados em pacientes atendidos no IFF no mesmo período. Nos 3 pacientes com mais de 1 cultura positiva, observamos que 2 apresentaram colonização persistente pelo mesmo clone de A. baumannii. Desses, 1 apresentou co-colonização por A. não baumannii em 1 ocasião. Um paciente apresentou colonização intermitente por 2 clones de A. baumannii e 1 de A. não baumannii. Em conclusão, a frequência de A. baumannii foi semelhante às de não baumannii. Cepas MDR foram raras. A maioria dos pacientes foi colonizado por cepas únicas. Em algumas ocasiões pacientes distintos compartilharam o mesmo clone, sugerindo uma possível transmissão entre pacientes ou uma fonte de contaminação comum.

 


Palavras-chave:  Acinetobacter baumannii, Acinetobacter spp., Fibrose Cística, Relação clonal, Resistência a Antimicrobianos