II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-021


Poster (Painel)
MH-021Detecção de beta-lactamases em efluentes de um hospital do Rio de Janeiro
Autores:Thiago Pavoni Gomes Chagas (IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz) ; Liliane Miyuki Seki (IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz) ; Dalton Marcondes Silva (ENSP/FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca) ; Marise Dutra Asensi (IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz)

Resumo

Introdução: A resistência antimicrobiana, principalmente aos beta-lactâmicos, é um grande problema da medicina e a disseminação de genes de resistência compreende uma preocupação recorrente. Nos hospitais há uma constante geração de resíduos provenientes das mais diversas atividades, nos quais muitos microorganismos patogênicos são lançados. Objetivo: O trabalho teve como objetivo detectar bactérias Gram-negativas produtoras de beta-lactamases, resistentes aos antimicrobianos comumente utilizados na prática clínica, em efluentes gerados por um hospital do Rio de Janeiro. Materiais e Métodos: Amostras de afluentes (n=8), efluentes do tanque de aeração (n=8) e efluentes do tanque de cloração (n=8) foram coletadas entre Julho e Dezembro de 2008 a partir de uma ETE de um hospital do Rio de Janeiro. As amostras de efluentes foram semeadas em meios de cultura e os isolados identificados. Para verificar a resistência aos grupos de antibióticos, foi utilizado o método de difusão em ágar, de acordo com CLSI 2009. Testes de disco aproximação e Hodge modificado foram empregados para detecção de beta-lactamases de espectro estendido (ESBL) e carbapenemases do tipo KPC, respectivamente. Ensaios de PCR foram processados para o diagnóstico molecular dos genes blaKPC, blaTEM, blaSHV e blaCTX-M. Resultados: Um total de 244 isolados de 21 diferentes espécies foram identificados, entre os quais 97 (40%) foram caracterizados como produtores de ESBL. Os produtores de ESBL mais comuns foram: K. pneumoniae (n= 41), Enterobacter cloacae (n= 24), E. coli (n=7), os quais são frequentemente isolados como causas de infecções nosocomiais. A co-resistência foi diagnosticada para amicacina (27,9%); ciprofloxacina (12,4%) e sulfametoxazol-trimetoprim (56,7%) entre os produtores de ESBL. Beta-lactamases do tipo TEM, CTX-M e SHV foram detectados em 81%, 66%, 48% dos isolados, respectivamente. Em dois isolados, foi detectada a produção de carbapenemase do tipo KPC. Considerações finais: O aumento da freqüência de bactérias resistentes a antibióticos impacta a saúde pública e os reservatórios hospitalares desempenham um papel complicador neste cenário. No trabalho, observou-se que o efluente hospitalar pode ser um potencial veículo de disseminação de microorganismos multirresistentes. Vale ressaltar que, no Brasil, muitos hospitais carecem de uma gestão eficiente dos seus resíduos.


Palavras-chave:  ESBL, KPC, efluente hospitalar, Rio de Janeiro