II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-003


Poster (Painel)
MH-003Epidemiologia molecular de cepas de K.pneumoniae produtoras de KPC-2 do Rio de Janeiro: disseminação do ST 437.
Autores:Polyana Silva Pereira (IOC/ FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz) ; Liliane Miyuki Seki (IOC/ FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz) ; Maria Fernanda Regis Mathias Figueira (IOC/ FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz) ; Elizabeth de Andrade Marques (HUPE - Hopital Universitário Pedro Ernesto) ; Magda de Souza Conceição (HGB - Hospital Geral de Bonsucesso) ; Elvira Maria Loureiro Colnago (NN - Laboratório Central Noel Nutels) ; Ana Paula D`alincourt Carvalho Assef (IOC/ FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz) ; Ørjan Samuelsen (UNN - University Hospital of North Norway) ; Carlos Felipe Machado de Araujo (IOC/ FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz) ; Marise Dutra Asensi (IOC/ FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz)

Resumo

Klebsiella pneumoniae é um importante patógeno hospitalar que usualmente apresenta multirresistência a antimicrobianos. Um dos principais mecanismos é a produção de carbapenemases do tipo KPC (K. pneumoniae Carbapenemase), já considerada endêmica em países como os EUA e Israel e que também tem sido descrita em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. A emergência de cepas produtoras de KPC multirresistentes é bastante preocupante, pois para estes isolados as opções de tratamento são bastante restritas. Na literatura existem relatos de um clone - ST 258 - hiperepidêmico em diferentes países. Contudo, estudos que relatem a clonalidade das cepas de K.pneumoniae no nosso país ainda permanecem escassos. Assim este estudo teve como objetivo, analisar a relação clonal de 37 isolados de K. pneumoniae produtores de KPC oriundas de 4 hospitais públicos do Rio de Janeiro, no período de 2007 a 2009. A produção de KPC foi confirmada através do Teste de Hodge Modificado, PCR e sequenciamento. O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliado através do método difusão em Agar e E-test para imipenem, meropenem, ertapenem e tigeciclina. A tipagem molecular foi realizada através de PFGE e MLST. Estes isolados foram recuperados em diferentes espécimes clínicos, sendo: sangue (38%, n=14), urina (35%, n=13), fezes (13%, n=5), aspirado traqueal (5%, n=2), líquido ascítico, secreção gástrica e secreção peritoneal (um isolado cada). Todos os isolados possuem o gene blaKPC-2 e foram considerados multirresistentes (resistentes a pelo menos três classes de antimicrobianos). A CIM50 e CIM90 para ertapenem foram respectivamente, ≥32mg/L e ≥32mg/L, imipenem 3.0mg/L e ≥32mg/L, meropenem 3.0mg/L e ≥32mg/L e tigeciclina 3.0mg/L e 6.0mg/L. Por PFGE, foram encontrados cinco perfis clonais distintos, sendo o clone Kp-RJ o mais prevalente (32 isolados - 86%). Através de MLST esse perfil foi designado ST 437. Os outros quatro clones encontrados por PFGE corresponderam aos STs 16, 70, 101 e 105. O clone Kp-RJ/ST 437, que é um variante em apenas um locus do clone hiperepidêmico ST 258, foi detectado em todos os hospitais estudados, demonstrando a disseminação de um clone produtor de KPC-2 no Rio de Janeiro. Logo, são necessárias medidas de prevenção e controle de infecções hospitalares para que esses fenômenos sejam evitados.
 Apoio: FAPERJ, CNPq e OPAS-Brasil.



Palavras-chave:  K.pneumoniae, KPC, MLST, Multirresistência, PFGE