Resumo

As infecções nosocomiais determinam preocupantes índices de morbidade e mortalidade de pacientes. Microrganismos formadores de biofilmes desempenham importante papel em doenças infecciosas, colonizando paredes de cateteres urinários e outros dispositivos. Nesse estudo buscamos avaliar a formação de slime e biofilme associados a plasmídeos R de alto peso molecular, presentes em isolados hospitalares de K. pneumoniae e E. coli, multiresistentes a antimicrobianos, transferidos por conjugação bacteriana para a cepa de E. coli R-23 K12. Utilizamos 3 cepas de K. pneumoniae e 3 cepas de E. coli como doadoras de plasmídeos para a conjugação e 6 cepas transconjugantes correspondentes. Verificamos a formação de slime e biofilme, utilizando como controle positivo para estudo de slime a cepa ATCC 25923 de S. aureus e como controle negativo a cepa de E. coli DH5α, sem plasmídeo. Como controle de formação de biofilme, utilizamos: a cepa de E. coli enteroagregativa 042 (positiva) e a cepa E. coli R23 K-12 (negativa). Empregamos o Agar vermelho do Congo para a avaliação da formação de slime, constatando que todas as 6 cepas doadoras e as 6 transconjugantes apresentaram formação de slime. As análises qualitativas da formação de biofilme, após incubação em lamínulas de vidro, por 18h mostraram que em relação às cepas doadoras, as transconjugantes apresentaram menor formação de biofilme, porém, este caracterizado pela presença de agregados celulares em multicamadas. As cepas receptoras de plasmídeos, tanto de K. pneumoniae quanto de E. coli, apresentaram maior número de células aderidas à lamínula e maior formação de agregados, em comparação com o controle. Os dados obtidos indicam uma correlação entre a presença dos plasmídeos R de alto peso molecular e a formação de slime e biofilme, o que revela um grave potencial complicador da comumente elevada (mas controlável) pressão seletiva de uso dos antimicrobianos. Apoio: CNPq, CAPES, FAPERJ.