II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-043


Poster (Painel)
MH-043Prevalência da colonização por patógenos respiratórios do gênero Streptococcus em crianças atendidas em um hospital público da cidade de Niterói/RJ
Autores:Felipe Piedade Gonçalves Neves (MIP/UFF - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA) ; Mariane Alves Corrêa (MIP/UFF - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA) ; Tatiana de Castro Abreu Pinto (IMPPG/UFRJ - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA MÉDICA) ; Claudete Araújo Cardoso (HUAP/UFF - DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA) ; Lúcia Martins Texeira (IMPPG/UFRJ - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA MÉDICA) ; Rosana Rocha Barros (MIP/UFF - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA)

Resumo

O gênero Streptococcus compreende microrganismos que figuram entre os principais agentes de infecções em seres humanos. Dentre as espécies que atuam como patógenos respiratórios, destacam-se Streptococcus pneumoniae e alguns estreptococos beta-hemolíticos, como Streptococcus pyogenes e Streptococcus dysgalactiae subsp. equisimilis. O objetivo deste estudo foi avaliar a freqüência de colonização por esses microrganismos em crianças com idade inferior a 6 anos atendidas em um hospital público de Niterói/RJ, entre março e maio de 2010. Foram analisadas 144 crianças, das quais foram coletadas, com auxílio de swabs, secreções de orofaringe (n = 69) e nasofaringe (n = 140) para pesquisa de estreptococos beta-hemolíticos e de S. pneumoniae, respectivamente. Destas crianças, 65 foram submetidas à coleta de material de ambos os sítios. A taxa de colonização nasofaríngea por S. pneumoniae foi de 47,9% (67/140), enquanto que 9,0% (6/69) eram portadores de estreptococos beta-hemolíticos na orofaringe. Dentre as amostras de estreptococos beta-hemolíticos, 4 foram identificadas como S. pyogenes e 2 como S. dysgalactiae subsp. equisimilis. Uma criança apresentou, concomitantemente, S. pneumoniae e S. dysgalactiae subsp. equisimilis. Dos fatores de risco analisados para a aquisição dos microrganimos (sexo, idade, sintomatologia, doença crônica, uso prévio de antimicrobianos, internação prévia, freqüência à creche e contao com crianças na própria residência), apenas internação prévia (p = 0,026) e contato com crianças na própria residência (p = 0,027) apresentaram significância estatística para colonização por estreptococos beta-hemolíticos e S. pneumoniae, respectivamente. A taxa de colonização por estreptococos beta-hemolíticos, observada neste estudo, é concordante com dados obtidos com outras áreas geográficas. Por sua vez, a prevalência de colonização por S. pneumoniae reforça observações prévias de que a colonização assintomática por esses microrganismos é comum especialmente em crianças. O contínuo rastreamento epidemiológico desses microrganismos se faz necessário, uma vez que a colonização do trato respiratório superior é um fator chave para o desenvolvimento de infecções, assim como para a manutenção e disseminação desses agentes etiológicos na comunidade.


Palavras-chave:  Streptococcus sp., Prevalência de colonização, Streptococcus penumoniae, Estreptococos Beta-Hemolíticos, Rastreamento Epidemiológico